Calhou-nos na lotaria de pré-férias, corrigir, mais uma vez, os exames nacionais de Geografia A da segunda fase, e concluímos que há muito a fazer, ou voltar a fazer, no que à geografia de base diz respeito, sobretudo quando se refere ao nosso país. De facto, saber localizar montanhas, cidades e vilas, regiões e rios nacionais, parece-nos do mais elementar num aluno do secundário de Geografia A, cujo objeto de estudo, ao longo de dois imensos anos letivos, é no nosso território.
Contudo, não estamos ilibados da culpa. Confessamos o nosso gosto por mapas antigos, daqueles revestidos a pano para reforçar o papel gasto e impresso há décadas, onde Portugal ora surge com montanhas, rios e estradas nacionais a ligar as capitais de distrito, ora surge com “províncias ultramarinas” ou, noutra escala, numa Europa de fronteiras bem diferentes. Apostamos neles nas aulas do sétimo ano de escolaridade, onde são tocados, consultados, sentidos e apropriados. É muito diferente do mapa visualizado num manual, projetado no quadro branco, ou visto no telemóvel ou computador. É a sensação material que lhe dá significado, remete para a sua função prática, e incute o gosto da sua descoberta.