Os rios do exame nacional de Geografia A.

sexta-feira, 26 de julho de 2019 · Temas: , ,

Calhou-nos na lotaria de pré-férias, corrigir, mais uma vez, os exames nacionais de Geografia A da segunda fase, e concluímos que há muito a fazer, ou voltar a fazer, no que à geografia de base diz respeito, sobretudo quando se refere ao nosso país. De facto, saber localizar montanhas, cidades e vilas, regiões e rios nacionais, parece-nos do mais elementar num aluno do secundário de Geografia A, cujo objeto de estudo, ao longo de dois imensos anos letivos, é no nosso território.

Contudo, não estamos ilibados da culpa. Confessamos o nosso gosto por mapas antigos, daqueles revestidos a pano para reforçar o papel gasto e impresso há décadas, onde Portugal ora surge com montanhas, rios e estradas nacionais a ligar as capitais de distrito, ora surge com “províncias ultramarinas” ou, noutra escala, numa Europa de fronteiras bem diferentes. Apostamos neles nas aulas do sétimo ano de escolaridade, onde são tocados, consultados, sentidos e apropriados. É muito diferente do mapa visualizado num manual, projetado no quadro branco, ou visto no telemóvel ou computador. É a sensação material que lhe dá significado, remete para a sua função prática, e incute o gosto da sua descoberta.

A nortada no nosso verão.

segunda-feira, 22 de julho de 2019 · Temas: ,

Sentimos o clima a mudar, temos a sensação de já não existirem estações verdadeiramente vincadas e que ocupem o seu devido lugar e espaço no calendário. As vagas de calor sucedem-se, os períodos de seca arrastam-se, mas valha-nos a nortada, um vento regional que sopra de noroeste junto à costa ocidental peninsular, e que se cofunde com o próprio período estival.

Devido à sua ocorrência, os mergulhos nas águas frias atlânticas têm de ser corajosamente bem medidos, porque a nortada, que chega a correr paralela à costa, no sentido norte-sul, “varre” para sul a camada aquecida, e superficial, das águas do mar, fazendo emergir águas profundas e bem mais frias. Não admira que o Algarve, entre outras coisas, seja famoso pela calma e temperatura das suas águas marítimas.

Mas se o vento pode ser desagradável aos veraneantes, é inegável o seu efeito amenizador das temperaturas, que de outro modo, e à nossa latitude, seriam muito mais elevadas, mesmo em locais próximos do litoral.  No fundo, a nortada é sintoma de que a máquina climática, apesar de débil, ainda vai funcionando, e o vento frio dos últimos dias não é nada de anormal.

O Erasmus e o despacho 6147/2019.

terça-feira, 16 de julho de 2019 · Temas:

O Ministério da Educação publicou recentemente um despacho que clarifica os procedimentos formais a tomar na organização de uma visita de estudo ou intercâmbio internacional. Vamos atentar-nos no que aos programas Erasmus+ K2 diz respeito, ou seja, aquilo que o art.º 4º, alínea c) define como «atividade educativa que tem por finalidade a inserção de alunos e docentes na vivência letiva e escolar de outra escola, nacional ou estrangeira, por um determinado período de tempo».

Vencemos um novo Erasmus: UMBRELLA.

sexta-feira, 12 de julho de 2019 · Temas:

O acrónimo UMBRELLA que apelida este projeto vencedor significa, em inglês, Uncovering Meteo Basic Research to Lifelong Learning Activities. Por outras palavras, a meteorologia não tem de ser uma coisa complicada e chata, que só serve para perceber se podemos ir à praia, ou se pai nos vai ter de levar à escola amanhã de manhã, porque se prevê um bruto “toró” logo pela manhã! A meteorologia é bem mais do que isso; é o prazer de podermos fazer uma figuraça e dizer assim à catraia: “- Este vento de oeste está a puxar por chuva, por isso, querida, amanhã trago eu o guarda-chuva”. Há coisa mais romântica do que esta? Naaaaaaa! Aprende!

A este projeto, para o qual nos candidatamos em conjunto com a Croácia (High school "Fran Galovic"), Espanha (Instituto de Ensino Secundario Pedregal de Irimia) / (IES Profesor Juan Pulido Castro), Roménia (Dimitrie Cantemir Military National College), Lituânia (Nidos Vidurine Mokykla) e Portugal (AEL), participam seis escolas sob o tema agregador da meteorologia, que embora muito falado, é inovador neste tipo de projetos que versam muito mais os temas humanísticos e culturais.

InfoCursos, para quem está indeciso.

segunda-feira, 8 de julho de 2019 · Temas: ,

A hora de publicação dos resultados dos exames nacionais aproxima-se, e a data de decisões difíceis e importantes também. É hora de verificar se todo o trabalho realizado ao longo do ensino secundário tem correspondência na realidade, se o mesmo permite ingressar no curso desejado ou há necessidade de ajustar decisões.

Uma interessante ferramenta para ajudar à decisão é o InfoCursos, um portal online, que sintetiza uma série de dados estatísticos sobre todos os cursos superiores que se oferecem aos finalistas do ensino secundário.

É sempre bom voltar.

domingo, 7 de julho de 2019 · Temas: ,

Já aqui o elogiamos, e voltamos a fazê-lo: o Parque Biológico de Gaia é um segredo bem guardado, é uma tarde de verão em forma de delícia, que se vai saboreando à medida que se percorre. Voltamos mais uma vez, tivemos a preciosa e voluntariosa companhia de um técnico do parque, que foi bem mais além da biologia, e ainda bem, e recordamos como as coisas simples são sempre melhor do que a complexidade vertiginosa do mundo.

Vimos imensos carvalhais, esquilos, lontras e mochos galegos, comunicamos com aves exóticas (em recuperação), vimos raposas e furões, e pudemos, excecionalmente, alimentar gamos. E desculpem a pergunta, uma tarde de verão no shopping ou à volta de um daqueles jogos para Android é melhor do que isto? Uhhhhmmmm…

Junho de 2019.

terça-feira, 2 de julho de 2019 · Temas:

Os valores de temperatura registados pela estação meteorológica da ESL, dão conta de um mês de junho fresco, e com registos de precipitação elevados, fruto da corrente atlântica que amenizou a temperatura durante quase todo o mês. A temperatura média ficou-se pelos 18ºC, um valor bastante inferior ao valor médio registado por esta estação (2012-2018), que se situa nos 21,4ºC.  Inclusivamente, houve dias (5 a 7 / 12 a 14) cuja temperatura média não foi além dos 14ºC.

No que respeita à precipitação, registe-se os 7 dias da sua ocorrência, dois deles com valores de monta, e que no total se traduziram em 67,31 mm de chuva por metro quadrado. Este valor ultrapassa o que se registou em junho de 2012, quando a estação registou 59,2 mm de chuva. É também relevante determinar que a natureza da precipitação ocorrida, vista a direção / velocidade média do vento, decorre da passagem pelo território continental de sistemas frontais. Chuva frontal, portanto.