Em 1961 foi iniciada a construção da Auto-estrada do Norte (A1) tendo o primeiro lanço entre Lisboa e Vila Franca de Xira com cerca de 25 quilómetros, sido inaugurados no ano de 1972. No inicio dos anos 80 foi inaugurado o lanço entre os Carvalhos e Vila da Feira com 17,8 quilómetros e, mais a sul, o sublanço entre o Carregado e Aveiras de Cima com 15,5 quilómetros. Em 1982 seguiu-se a inauguração de mais 27,5 quilómetros de auto-estrada, com o lanço entre Condeixa e Mealhada, possibilitando contornar a cidade de Coimbra (mapa de estradas de Portugal, anos 50).
Com Portugal na C.E.E., os fundos comunitários permitiram acelerar o ritmo de construção até então verificado e, a 13 de Setembro de 1991, trinta anos após ter entrado ao serviço o primeiro troço, eram inaugurados os últimos lanços entre Torres Novas - Leiria e Pombal - Condeixa, onde foi erguido um marco de aço inoxidável com 27 metros de altura, da autoria do arquitecto Charters de Almeida, que simboliza a conclusão da Auto-estrada entre Lisboa e o Porto.
Com construção da A1, o trajecto entre aquelas cidades podia ser feito em cerca de duas horas e meia, tornando-se na verdadeira alternativa à estóica viagem através da Estrada Nacional nº1, que durava cerca de nove horas ou mais.
O projecto.
O Jornal O Século, na sua edição de 28 de Maio de 1961: "O Sr. Prof. Oliveira Salazar apreciou não só a construção da auto-estrada mas também as interessantes paisagens que dela se desfrutam, pedindo, por vezes, que se abrandasse a marcha do automóvel nos pontos mais encantadores" - o relato do passeio discreto de Salazar ao longo daquele que foi o primeiro troço da Auto-Estrada do Norte vem publicado no dia da inauguração (extracto do Diário da Republica, I Série, Nº119 de 1961).
O presidente do Conselho experimentou, na véspera da cerimónia oficial, os menos de 23 quilómetros que ligavam Lisboa e Vila Franca de Xira e que haviam custado 303 mil contos [1,5 milhões de euros] - pelas suas contas, deveriam estar amortizados em 30 anos. Preço da portagem para os veículos ligeiros: 5 escudos.
A A1 não era a primeira auto-estrada do país, já havia um pequeno troço de oito quilómetros entre Lisboa e o Estádio Nacional, mas o novo empreendimento, feito "exclusivamente por portugueses", como foi repetido na cerimónia inaugural, era naquele ano de 1961 visto como "o progresso" a correr "sobre o asfalto", na expressão de o Jornal O Século.
Hoje em dia.
Não haja dúvida de que esta via constitui uma verdadeira espinha dorsal, estruturante da região mais populosa e economicamente dinâmica do país. É a via mais transitada, com um tráfego médio de 34198 veículos diários (Brisa, 2008) e a mais lucrativa das auto-estradas (representando 41% das receitas da Brisa, em 2008).
É óbvio que, tal como qualquer outra via desta envergadura, os efeitos de drenagem e túnel (uma via que se isola sobre si mesmo sem interagir com o contexto regional), provocam problemas económicos e demográficos.
Contudo, são óbvias as vantagens na distância - tempo, segurança e acima de tudo, nos efeitos multiplicadores que com a sua criação, se traduziram em empregos, num turismo crescente e alguma atracção/fixação de população.
Fontes:
- Jornal Publico.
- Brisa - Resultados de 2008.
- Rui Rodrigues - Futuras Medidas a Adoptar para a Auto-estrada do Norte.
A auto-estrada Lisboa-Vila Franca foi inaugurada em 1961 e não em 1972, como é dito no primeiro parágrafo.
ResponderEliminar