A subjetividade térmica.

terça-feira, 23 de julho de 2024 · Temas: , ,

A estação meteorológica da Escola Secundária da Lixa, registou hoje, e até ao momento, a temperatura mais elevada do verão: 38,1 °C, pelas 17h09min. Aliás, experimentamos temperaturas muito elevadas ao longo do dia, fruto de uma corrente de leste que deverá continuar mais uns dias, segundo vários modelos de previsão que hoje consultamos.


Mas se a temperatura máxima que divulgamos é factualmente elevada, para muitas pessoas nem por isso se torna incómoda, ou desconfortável, do ponto de vista térmico. Há uma ideia comum de temperaturas "quentes" ou "frias", mas cada pessoa tem uma maneira diferente de lidar com elas. Esta subjetividade depende de vários fatores que podem agir sozinhos ou juntos.

Primeiro, os aspetos ligados ao estado psicológico de cada um, visto que o estado emocional pode influenciar a perceção de temperatura. O stresse, a ansiedade, a felicidade ou tristeza, podem afetar como nos sentimos relativamente ao calor ou frio.

Segundo, o metabolismo, independentemente do sexo, idade, peso e altura. As pessoas com metabolismo mais rápido podem sentir mais calor, enquanto aquelas com metabolismo mais lento podem sentir mais frio. De acordo com um artigo publicado na revista Transactions of the American Clinical and Climatological Association, as temperaturas corporais mais altas estão associadas a um aumento do metabolismo, indicando que a temperatura corporal é um indicador confiável da taxa metabólica.

Terceiro, a privação do sono, que pode tornar-nos mais vulneráveis à perda de calor, com uma capacidade reduzida de aquecimento, mesmo com temperaturas que se supões estarem associadas ao conforto térmico.

Quarto, as experiências pessoais, que moldam a tolerância e/ou preferências perante a temperatura. Alguém tenha crescido num clima frio pode ter uma perspetiva diferente de alguém que viveu num clima quente. Para os seres humanos, a temperatura ambiente ideal para o conforto pessoal é geralmente de cerca de 22 °C, os ambientes que se desviam significativamente deste valor tendem a ser considerados demasiado quentes ou demasiado frios, o que pode ser um fator importante que no desenvolvimento dos traços de personalidade, especialmente durante os anos de formação.

Quinto, a idade, que à medida que avança parece comprometer a termorregulação e a eficiência metabólica, levando a uma pequena redução da temperatura global com o envelhecimento.


Fontes consultadas:
- Júnior, Paulo; Sardeli, Amanda - The Effect of Aging on Body Temperature: A Systematic Review and Meta-Analysis;
- Landsberg L, Young JB, Leonard WR, Linsenmeier RA, Turek FW. - Do the obese have lower body temperatures? A new look at a forgotten variable in energy balance.
- Van der Linden S. - On the relationship between personal experience, affect and risk perception: the case of climate change.
- Auer SK, Salin K, Anderson GJ, Metcalfe NB - Individuals exhibit consistent differences in their metabolic rates across changing thermal conditions.
Scott A. McGreal MSc - Psychology Today - Does Regional Temperature Affect Personality?

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Sombras coloridas.

quinta-feira, 18 de julho de 2024 · Temas:

Sempre entendemos que os jardins da ESL podiam ser melhor aproveitados. As folhosas, resinosas e perenes já lá estão, cuidamos para que em certos canteiros nascesse flora espontânea, entretanto cortada por motivos estéticos (...), e naqueles que resistem às lâminas da máquina de corte, já vemos tufos de urze a surgir e a preservação de humidade junto ao solo. Junte-se-lhe vários casais de melros, rolas, chapins e carriças, e temos um belíssimo espaço para as mais diversas atividades.


O que falta, então? Em primeiro lugar, alguma sensibilidade que leve professores ou alunos a um espaço que também é escola; em segundo, a falta de algum equipamento de conforto que permita o apropriamento do espaço, nomeadamente mesas para sentar em conjunto, sombras, pontos de energia elétrica, material lúdico, entre outros; em terceiro lugar, divulgação e iniciativa, até porque tudo que é celebração / exposição não tem necessariamente que ocorrer dentro do edifício escolar.

Por estas razões, e ao encontro do MãoTerra, instalamos umas sombras coloridas que esvoaçam ao vento, decoram e permitem uma sombra nunca certa que servirá para instalar algumas mesas e equipamentos futuros. Portanto, começamos no final do ano letivo, mas vamos a tempo do próximo ano.

Parque de merendas.

sexta-feira, 12 de julho de 2024 · Temas:

A nossa última aula do curso de "Turismo" fez jus ao curso. Já acompanhamos o conjunto de alunos que o compõem desde o início do 3.º ciclo e, por isso, mantemos uma certa cumplicidade que nos permite, com rapidez e confiança, criar situações destas: uma aula diferente, em jeito de final de ano letivo, aproveitando aquilo que a região nos tem para oferecer do ponto de vista do lazer.

O parque de merendas de Borba, cruzado pela ribeira homónima, foi o nosso destino. É um belíssimo espaço para um dia inteiro de relaxamento, e suficientemente distante para que nele se encontre uma certa privacidade que não se encontra noutros relativamente próximos. O caminho da escola ao parque é também muito pitoresco: atravessamos a feira semanal da Lixa, casas senhoriais, tapadas e muito vinhedos. O regresso, mais a subir, é de beleza idêntica, mas mais cansativo dada a agitação de um dia inteiro. Ficou o registo e prometemos voltar!

Limpar a casa.

terça-feira, 9 de julho de 2024 · Temas: ,

Nestes últimos dias, antes de irmos a banhos, estamos a arrumar algumas divisões da "casa". Começamos pelo espaço que temos dificuldade de designar, mas que na falta de melhor, chamemos-lhe praça das colunas, que fica mesmo por debaixo do bloco C, onde neste momento nascem uns girassóis garridos e esguios, que se contorcem envolvendo os pilares daquele edifício. Neste local, que sempre entendemos ter potencial para mais do que aquilo que está votado, o abandono, pretendemos centralizar alguns dos investimentos do Mãoterra, ou seja, criar uma centralidade no exterior do edifício da escola, com toldos, mesas e música, libertando os corredores e escadas onde os alunos se espalmam agarrados ao telemóvel.

Prevê-se música, um palco, o "traz uma guitarra", exposições um enfoque particular à promoção da biodiversidade, não fora esta uma iniciativa patrocinada por um programa (PIAS) de cariz ambiental. E quem pode participar ou usufruir? Bom, toda a gente, inclusivamente professores que ali queiram dar uma aula com televisores portáteis à disposição. Não prometemos um quadro negro e giz, mas um contexto muito adequado a quem quiser ousar e marcar pontos. Estreia em setembro próximo!