Portugal é um país delicioso para nos perdermos conscientemente. Ousar o rendilhado rural dos caminhos do norte, os vales e montanhas do centro, o horizonte do sul, ou o verde das ilhas, não é apenas uma ato de prazer, é um dever para com a nossa essência caminhante.
Desde há séculos que realizamos jornadas de dezenas de quilómetros. E se no passado se revestiam de um caráter eminentemente religioso, peregrinatório, atualmente, os mesmos percursos, e milhares de outros, assumem um caráter sobretudo desportivo e turístico, desenvolvendo-se em torno de elementos naturais e culturais proporcionados pela paisagem, numa pratica denominada por pedestrianismo.
Este termo, que deriva do latim pedestris e, por evolução, do termo inglês pedestrianism, que designava o que vai a pé, foi introduzido em termos desportivos, pelo menos desde os anos 30 do século XX, tendo-se vulgarizado em meados de 1990 para o desporto de andar a pé, por caminhos, sinalizados ou não, isentos de dificuldades técnicas, cujo objetivo é, não a competição, mas a pura fruição do território.
É sobre esta fruição que fala este artigo, sem sobranceria, pois sabemos que há muita gente leitora do Geopalavras a praticar esta modalidade turística há muito, onde pretendemos relatar, de um modo quase pessoal, como rentabilizar a tecnologia, smartphones, GPS e computadores, na pratica do pedestrianismo.