Músicas de Natal.

domingo, 21 de dezembro de 2025 · Temas:

Uma das tarefas da edição da Caça às Prendas deste ano era cantarolar o "All I Want For Christmas Is..." num sítio movimentado da escola. Inclusivamente, a tarefa previa que se realizasse no átrio principal, que serve para tudo e mais alguma coisa (sem critério aparente), servindo até para fazer conjunto com o som agudo e mono que toca incessantemente a partir de uma iluminação de Natal chinesa, que decora uma silhueta de árvore e torra a paciência a quem ali trabalha.


Ora, em vez da música pedida, os meus fregueses decidiram cantar as músicas que talvez dominem melhor, talvez pela dificuldade da língua, talvez por gosto, um pouco naquele jeito de improviso à portuguesa e de interação com quem está à volta, na esperança de envolver mais gente para diluir o momento embaraçoso. O resultado é o que se vê: muito espírito natalício e talento em ação.

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Gnomos fanhosos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025 · Temas: , ,

Há, por acaso, coisa mais divertida do que, no contexto certo, pormo-nos a jeito e brincar com a nossa própria figura? Quem é que não se diverte a declamar poemas sem conseguir articular os “rr” ou os “l”, a fingir-se gnomo por uns instantes, a cantar All I Want for Christmas Is You em pleno átrio da escola, ou a assumir, com convicção, o papel do burro do presépio?

Não é a primeira vez que falo deste assunto, porque ele importa. Importa sairmos de nós próprios, libertarmo-nos da pose, dessa coisa séria e engessada que tantas vezes confundimos com maturidade. Há algo de profundamente saudável, e até pedagógico, em criar momentos de divertimento, em rir e fazer rir. A vida, apesar das aparências, não tem de ser sempre solene. E, felizmente, nem deve.

Correio de Natal.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 · Temas: , ,

Escrever ao Pai Natal, ou ao Menino, é um exercício de inocência próprio de quem ainda acredita em seres mágicos, distribuidores de prendas ao sabor das vontades, das modas e, não raras vezes, pouco merecidas. Um ritual que perpetua um certo folclore comercial, já entranhado em regiões do mundo onde nem sequer sabem distinguir as figuras do presépio, mas sabem, sem hesitar, o nome do barbudo, barrigudo e de barrete vermelho.



Ainda assim, confesso: continuo a acreditar em milagres e em seres alados. É verdade, e explico-me. Não passa uma semana sem que escreva naqueles arcaicos blocos de “memorandos”, uma relíquia do Ministério da Educação da década de 80 que, pelo menos na minha escola, continua a circular com uma vitalidade quase sobrenatural.

Normalmente peço coisas simples: que não mexam nas minhas coisas, que não alterem o sistema operativo dos computadores, esse que consegue bloquear uma inocente calculadora online, ou que substituam máquinas com 14 anos de idade que, com uma pontaria essa sim milagrosa, calham sempre às turmas do ensino básico.

Mas, entre aqueles maços, há vários, resiste um curioso arquivo de cópias em papel químico, sobreviventes dos originais, onde se lê, quase publicamente, que não sou o único crente. Há quem reclame do aquecimento, da chave, do barulho incessante nos corredores ou da falta de sabão nas casas de banho. Enfim, uma coleção de pedidos feitos em tom de desejo que, pelos vistos, não são atendidos. Talvez por nos portarmos mal. Ou talvez porque o milagre, por aqui, ainda esteja em lista de espera.

Pinheiros humanos.

· Temas: ,

Um dos desafios que propus na Caça às Prendas de Natal deste ano letivo foi a construção de um pinheiro humano, formado e decorado exclusivamente pelos elementos de cada equipa. Ora, ao avaliar as fotografias, verdadeiros registos de um exercício profundo, quase circense, de equilíbrio, posso afirmar, sem hesitações, que estes são autênticos e belos eucaliptos de Natal, bem à portuguesa: improvisados, engenhosos e com aquela inconfundível arte da desenrasca que, no fim de contas, cumpre plenamente o seu propósito.