Portas abertas às frentes frias.

terça-feira, 4 de novembro de 2025 · Temas: ,

Estamos em pleno outono! O frio ainda não aperta, as árvores de folha caduca começam agora a estiolar por completo e nós, finalmente, voltamos a vestir aquela peça de roupa que tínhamos arrumado no início da primavera.



O estado do tempo previsto para os próximos dias é um clássico climático desta época do ano: a presença de uma depressão atlântica centrada a oeste da Península Ibérica, com um sistema frontal bem definido a aproximar-se de Portugal continental, uma vez que o Anticiclone dos Açores se encontra deslocado para sul, enfraquecendo o bloqueio habitual sobre o Atlântico Nordeste.

A sua passagem deverá trazer chuva forte, sobretudo às regiões do litoral norte e centro de Portugal continental, vento moderado a forte e possibilidade de trovoadas. Atrás da frente fria, a partir de quinta-feira, prevê-se uma rotação do vento para noroeste e uma descida gradual da temperatura.

Em suma, quando o Anticiclone dos Açores se arruma a sul e perde força, as frentes frias aproveitam o corredor atlântico e atingem Portugal com chuva, vento e arrefecimento, num retrato perfeito do outono atlântico.

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O Halloween à portuguesa.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025 · Temas: , ,

Gosto do Halloween porque, em parte, deriva daquela alegria folclórica das colheitas, do enchimento dos celeiros, das adegas e das despensas, que previnem o frio e a demência do inverno. E como vivo numa região onde, felizmente, isso ainda é uma realidade, o contágio é simples.



Por outro lado, não posso esquecer que trabalho numa escola, onde a absorção de “coisas” estrangeiras é um facto. Que o digam os meus “produtos” de 7.º, 8.º e por aí fora, que, à custa de sabe-se lá Deus do quê, até coreano sabem falar, mas talvez ainda não saibam onde ficam as Coreias.

Ora, esta fusão de outono e colheitas, aliada à trend vinda dos EUA, resulta numa coisa engraçada que só é visível nas escolas: o Halloween à portuguesa. É como quem diz, uma misturada de aranhas e vampiros recortados à tesoura e colados em tudo o que é canto, abóboras de papel crepe, por ser mais barato, e disfarces que se confundem com personagens de animes japoneses.

Perante tal magnetismo, é impossível a indiferença e, por isso, contribuo mais uma vez para o frenesim vivido na minha escola, colando morcegos, caveiras e árvores tétricas nas vitrines da Biblioteca, para que todos possam sentir o terror da quadra.

O Chinês no Halloween.

sábado, 25 de outubro de 2025 · Temas: ,

Desabafo aqui a minha obsessão pelo chinês da terra onde moro. Fica mesmo ao lado do supermercado, dá jeito para estacionar, é suficientemente grande para uma bela tarde bem passada a ver as mais variadas bugigangas, e não passo uma daquelas quadras festivas sem lá dar um saltinho, mesmo sem a intenção objetiva de comprar o que quer que seja.



Um dos encantos da loja prende-se com os seus funcionários. Há portugueses que assumem o papel de gerentes, sabem em que secção se encontra quase tudo e até dão palpites aos patrões chineses, cuja língua ainda os faz entender a coisa só pela metade. Depois temos os patrões, ou seja, a família chinesa. Há sempre um ou dois donos: normalmente prestáveis, algo desconfiados quando pedimos fatura com contribuinte e nunca parados, ora repõem prateleiras, ora vigiam corredores, ora fazem trocos na caixa.

Há também uma geração mais velha, mães, tios e sabe-se lá quem mais, que se limita a repor materiais nas prateleiras, mas está sempre disponível para ajudar a procurar o que precisamos. Respondem, regra geral, com frases curtas e palavras diretas, avançando em passo apressado até ao local onde jaz, esquecido, o objeto que procuramos.

Por último, temos os netos destes, portugueses de ascendência chinesa e sotaque bem nosso. É uma delícia interagir com eles: preparamo-nos para arranhar um português básico e objetivo, mas o interlocutor fala um português perfeito que nos baralha o cérebro. Sinais dos tempos.

A escola mete àgua.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025 · Temas:

Perdoem-me o tom crítico, mas há coisas que não entendo porque é que não se resolvem. Já aqui escrevi sobre a questão das mochilas abandonadas em qualquer canto da escola, a falta de um verdadeiro espaço para os alunos, o abandono dos jardins e, agora, a água da chuva.



Sim, a chuva é bem-vinda, mas não à entrada do “sagrado” multiusos, no refeitório, nos acessos (cortados há anos) aos pisos superiores dos blocos, à entrada das salas e até a meio dos pavilhões.

Custa-me a entender, sobretudo porque está na escola um técnico externo para resolver estes problemas crónicos, e não para montar a bancada de som para a festa dos professores ou para distribuir agendas no início do ano.