Por Mariana Teixeira.
Este campismo não começou no dia 7 de julho, mas sim a partir da conversa que o professor Pedro A. teve com 3 meninas, quando as convidou para esta atividade. Foi a partir desse momento que começou toda aquela excitação. Da definição dos restantes felizardos a participar nesta aventura, até à primeira semana de férias, semana de véspera do campismo, vivemos dia de autêntica loucura: tendas de um lado para o outro; talheres, pratos e panelas; bolas e raquetes… e até as senhoras funcionárias da ESL se entusiasmaram com o nosso entusiasmo, mostrando-se sempre prontas a dar uma mãozinha ou a emprestar um carrinho.
Quando finalmente chegou o dia, esquecemos os materiais e logística, e preocupamo-nos com as pessoas. Afinal, tratava-se de uma experiência única, fantástica e entusiasmante, onde tudo foi novo para nós, mas estranhamente natural, como se já estivéssemos habituados a estas “andanças”… As tendas não tinham o conforto de um hotel 5 estrelas, mas as experiências que magnetizaram, trouxeram todo o conforto possível e impossível, de um hotel cheio de recordações.
Não ligamos muito às equipas que havíamos definido, e tentávamos gerir as tarefas de modo que ninguém ficasse ou com mais ou com menos trabalho. Só existia uma única equipa, constituída por todos, incluindo os professores. As idas ao supermercado, por exemplo, eram engraçadas! Em cada jornada traziam-se compras diferentes e em diferentes quantidades: ou porque se tinha de poupar dinheiro e ao mesmo tempo não desperdiçar comida; ora porque éramos demasiado comilões e a pouca comida não chegava.
Nos jantares não conseguíamos definir a paternidade da iguaria, pois todos passavam pela panela, mexendo e remexendo, dando palpites, acrescentando as especiarias da avó ou até uma pitada de sal, e apesar de todas estas diferenças, o que surgia na mesa era sempre apetecível e de grande mistura de sabores, experiências e saberes, tal como é o campismo…
Este campismo libertou-nos da internet e dos telemóveis; cultivou hábitos de culinária; ensinou que a vida é feita atos de aprendizagem; ensinou que todos nós podemos cometer erros, mas o maior erro é não admitir que erramos. Quando assumimos que erramos e acatamos as consequências, fazemos caminho e minimizamos o problema; na verdade, aprendemos. Quando negamos o erro, cativamos a ignorância.
Não posso de deixar de agradecer aos professores que estiveram presentes nesta aventura, a qual, sem eles, não teria acontecido. Reconheço também que é muito melhor acampar do que ir de férias por aí… por exemplo, para um resort… Acampar é um misto de experiências, “desenrascanços”, emoções, lições de moral dadas ao jantar. É como viver num mundo à parte, isolados de tudo, só com uma tenda, uma mesa e uma lanterna.