Há, por acaso, coisa mais divertida do que, no contexto certo, pormo-nos a jeito e brincar com a nossa própria figura? Quem é que não se diverte a declamar poemas sem conseguir articular os “rr” ou os “l”, a fingir-se gnomo por uns instantes, a cantar All I Want for Christmas Is You em pleno átrio da escola, ou a assumir, com convicção, o papel do burro do presépio?
Não é a primeira vez que falo deste assunto, porque ele importa. Importa sairmos de nós próprios, libertarmo-nos da pose, dessa coisa séria e engessada que tantas vezes confundimos com maturidade. Há algo de profundamente saudável, e até pedagógico, em criar momentos de divertimento, em rir e fazer rir. A vida, apesar das aparências, não tem de ser sempre solene. E, felizmente, nem deve.
