A autoridade é uma coisa muito bonita; quer-se clarividente e determinada, sem exageros, para não passar a uma outra coisa. Rodrigo Gervásio, o patriarca da família Gervásio, é o modelo de um autoritarismo antigo, aquele cuja visão obtusa da realidade não permite ver mais além do que o horizonte do próprio terreno.
Era este o quadro da sociedade rural do Entre Douro e Minho doutros tempos, não muito longínquos. Mas felizmente, este pedaço pródigo de Portugal, começou paulatinamente a despertar de uma visão amarfanhada no fundo de vale, mesquinha e paroquial, dando lugar a uma nova visão, não completamente desenraizada do passado, mas assimiladora e de horizonte longínquos. Basta observar, pelas aldeias sem fim da região, a profusão de “novas oportunidades” rurais (produções agrícolas inovadoras e ou instalações hoteleiras) que reinventam, todos os dias, este território.