O Reino Unido e a República da Irlanda têm enfrentado uma vaga de calor nas últimas duas semanas. Segundo o meteorologista Jim Dale (citado pelo DailyMail), especialista dos serviços britânicos de meteorologia, «as temperaturas atingirão um valor mágico de 32ºC [influenciadas por uma meridional massa de ar tropical]» e poderão inclusivamente bater o record de temperatura máxima do território britânico, verificado em 3 agosto de 1990, em Gloucestershire, quando a temperatura atingiu os 37,1ºC.
É muito curioso verificar que a classificação de vaga de calor difere em função das temperaturas médias da região de análise. Isto é, o que os britânicos apelidam de vaga de calor é, para o nosso território, e no mesmo período de tempo, uma situação normal.
É também interessante observar a inabilidade das Ilhas a lidar com o calor. Os alertas multiplicam-se, a informação abunda e, inclusivamente, os Serviços Britânicos de Meteorologia criaram um aplicação online com conselhos e precauções a tomar no exercício de diversas práticas sob calor, sol, etc. Não há nada de errado aqui, bem pelo contrário, o curioso é verificar que se reportam a temperaturas na ordem dos 30ºC.
Em Portugal as vagas de calor são frequentes. As regiões interiores são as que reportam maior número de dias com vaga de calor, com destaque para Bragança, Castelo Branco e Beja, sendo que Viana do Castelo, apesar da sua nula continentalidade, apresenta-se também em destaque. Por outro lado, e olhando para o período em análise (1960-2012), verifica-se um ligeiro aumento na incidência do número de dias deste fenómeno.
O ano climático vai a pouco mais de metade e já observou de tudo um pouco: chuva intensa, frio tardio, nevões fora de época e agora as vagas de calor. Sinais dos tempos?
Fontes: Daily Mail / bbc.co.uk / ipma.pt / pordata.pt / metoffice.gov.uk/ (visitados na data do artigo).