Geopalavras

Querida passarada do 7ºA e B, estou cheio de saudades vossas! Para provar que penso bastante em vocês, desempoeirei uns alfarrábios da Coleção Geografia Horrível (editora Europa-América) e adaptei umas coisinhas às nossas aulas-questionário... São pequenas abordagens à matéria que se segue, e que trata da humidade e pressão atmosférica. Este dois elementos, conjuntamente com a temperatura (que já estudamos), constituem-se como os elementos fundamentais do clima. Ah! Se tiveres dúvidas não hesites em perguntar, óright?

A humidade atmosférica.

Mas que é que o vapor de água tem a ver com o estado de tempo? A res­posta é simples: as nuvens. Não apenas as nuvens tufadas, brancas e fofas que flutuam suavemente diante da tua janela, mas também as carrancudas e cinzentas nuvens de tempestade, as piores e mais malvadas nuvens do céu. As nuvens formam-se quando:

Previsão do estado de tempo tipo: faça você mesmo…

A previsão do estado do tempo é a missão de um meteorologista tal como a Luísa, mas tu também podes experimentar. Primeiro tens de te fazer compincha com algumas nuvens. O teu professor (eu) provavelmente dir-te-á que existem dez tipos de nuvens. Não lhe ligues. A menos que queiras ser um meteorologista profissional, podes simplesmente fazer um pouco de batota. Tudo o que precisas de conhecer são os três principais grupos aqui indicados e o tipo de tempo que trazem. Portanto, aqui vai e vamos lá a ver se consegues fazer como um meteorologista:

Então espeta a tua cabeça para fora da janela e vê o que consegues reconhecer. E se o teu professor te ralhar, tenta dizer-lhe: «Mas, professor, eu estava a estudar os altocumulus lenticularis.»

Nomes estranhos… e na verdade, a pessoa culpada por todos estes nomes fantasiosos foi um farma­cêutico inglês e meteorologista em part-time chamado Luke Howard, que viveu no século XIX.  Contudo, as nuvens são pistas horrivelmente úteis para prever o tempo. Por exemplo, um dos primeiros sinais de que uma trovoada está aí à esquina é um gigantesco cúmulo-nimbo.

Gigantescas nuvens de trovoada.

Não há forma de confundir um cúmulo-nimbo. Nimbus é a palavra latina para chuva e quando esta supernuvem arranha-céus levanta a sua feia cabeça, tu sabes que é tempo de esconderes a tua e procurar abrigo. Monte Evereste entristece-te, estas belezas encapeladas podem elevar-se a duas vezes a altura do susceptível Evereste. São más, rabugentas e falam a sério. É nestas fábricas de nuvens monstruosas que nascem os tomados e as trovoadas.

Uma hora na vida de uma nuvem de trovoada.

As nuvens de trovoada crescem no ar quente e húmido. É por isso que as trovoadas são comuns nas tardes de Verão. Montes de ar, armazenando enormes quantidades de vapor de água, sobem muito depressa e condensam. Então, a nuvem ondula para cima e para cima, e para cima…

Uma nuvem de trovoada completamente formada pode conter meio milhão de toneladas de água. É uma quantidade assustadora de chuva. O que acontece é isto: à medida que as gotas de água, flocos de neve e cristais de gelo rodopiam dentro da nuvem, chocam uns contra os outros e crescem e crescem até serem demasiado pesados para andar por aí durante mais tempo. Então caem para o solo. Se o ar é quente junto ao solo, todo o gelo e neve derrete e transforma-se em chuva. Se o ar é muito frio, então caem como gelo e neve e tu podes ter um dia com tudo vestido de branco. Hurra!

Muitas pessoas pensam que as gotas de água têm a forma de lágrima. Errado! Têm a forma de círculos com os fundos cortados. Oficialmente uma gota de chuva tem um diâmetro de cerca de 1,5 mm o que é...

Tudo o que seja mais pequeno é classificado de chuvisco. Mas algumas gotas de chuva chegam ao tamanho de ervilhas. Bem grande, não é?

Alguma vez ouviste o ditado «poupar para um dia de chuva»? Bem, para as pessoas que vivem nas vizinhanças do monte Wai-’ale-’ale no Havai, quase todos os dias são dias de chuva. Chove durante cerca de trezentos e trinta e cinco dias por ano, o que são uns encharcados onze metros de chuva por ano. Portanto, se queres poupar dinheiro, não vás ao Havai!

Facto avassalador!

A chuva que vês esborrachar-se contra a tua janela já caiu milhões de vezes antes. No ciclo da água ela é reciclada uma e outra e outra vez. O sol aquece os oceanos e milhões de litros de água evaporam-se e sobem pelo ar sob a forma de vapor. À medida que sobem, condensam-se e transformam-se em água líquida. Esta cai sob a forma de chuva, que, mais tarde ou mais cedo, vai dar aos rios que a transportam de volta para os oceanos. Depois a coisa recomeça toda de novo. Portanto, a chuva que cai hoje pode já ter encharcado os antigos romanos ou ensopado os mais que mortos dinossauros!

Desde o invisível vapor de água até às gigantescas nuvens de trovoada e chuvas torrenciais, o tempo está cheio de horríveis sur­presas. Uma trovoada pode atacar inesperadamente com a velo­cidade de um raio. Será que consegues aguentar a pressão? Prepara-te para ver alguns dos mais tempestuosos fogos-de-artifício do tempo...

Até à próxima!