Andamos há muito a insistir neste ensino diverso, que não se reduz à sala de aula e não tem medo de arriscar. Fazêmo-lo, também, porque nem toda a "lartixa chega a jacaré" e, mesmo que chegue, num país anémico de empregos bem remunerados, talvez impõe-se ousar repensar a formação média, com qualidade e soft skills, que nunca são de mais, que essa sim, faz falta e o país necessita.
Damos aulas ao lado de quem não vê as coisas da mesma forma, ora por preguiça disfarçada na inflexibilidade de um programa a cumprir, ora por convicção. Estes últimos acham que rigor é o teste, a ficha, a média ponderada cientificamente numa tabela de Excel, algo que consideramos importante, mas manifestamente insuficiente. Nestes anos de ensino, temos observado que os alunos reagem de forma diferente consoante o estímulo de aprendizagem. Um jogo didático, um teatro ou um trabalho de estúdio conseguem medir, transformando, aquilo que a percentagem de uma ficha de avaliação não alcança.
Numa sociedade onde os valores se esfumam na desordem das redes sociais, povoada de jovens desencantados, talvez esta nossa visão de um ensino verdadeiramente articulado, de contacto, superação prática e centrado em projetos, seja parte da solução.
Quanto aos nossos queridos alunos, mesmo aqueles que, por razões várias, não participaram, deixamos aqui o nosso apreço e orgulho pelo que todos fizeram culminar na tarde de ontem. Vimos, no palco e nos bastidores, improviso, adaptação, alegria e conhecimentos. Afinal, não é isto que o ensino deseja?