A nossa escola está a pedir uma opinião aos professores, pessoal não docente, pais e alunos, sobre o uso do telemóvel na escola. É uma decisão saudável, que percebe a importância de envolver todos os protagonistas, numa decisão sobre um aparelho que marca, pauta e molda o quotidiano dos nossos alunos e não só. Nós temos a nossa opinião, que basicamente se resume ao seguinte: telemóvel, sim, enquanto instrumento de aprendizagem. Quanto ao resto, absolutamente não.
Adivinhamos que daqui a pouco tempo, estaremos também a ponderar o mesmo tipo de questão relativamente ao uso das ferramentas de inteligência artificial (IA) no ensino e aprendizagem. Mas quanto a estas, a nossa resposta é ligeiramente diferente, ou seja: incentive-se o seu uso de modo a não obliterar quem delas usufrui. Por outras palavras, a IA deve estar ao nosso serviço sem nos substituir.
Uma das aplicações de inteligência artificial mais saborosas é o NotebookLM da Google, uma espécie de agenda personalizável, motorizada por inteligência artificial, onde é possível criar temas. Para cada um destes é possível carregar até 50 documentos (de vários formatos), e depois fazer questões, pedir correlações ou análises variadas. Imaginemos um tópico criado sobre o clima, no qual submetemos documentos, imagens de mapas, grelhas com dados meteorológicos e, posteriormente, fazemos questões sobre a evolução da temperatura e chuva ao longo de uma ano, e a sua relação com a altitude e direção predominante do vento, etc. É possível!
Portanto, fica a ideia, que, na verdade, se trata de um atalho que terá sempre de ser verificado e inteligido por quem o pede. Daí entendermos que o seu uso deve ser incentivado, mas desde que tutelado.