O site Techspot percorreu, há dias, um artigo da New York Magazine que afirma que a maior parte da internet (incluído os internautas) é falsa. O artigo refere que cerca de 40% do tráfego é falso, no sentido de não serem realizadas por humanos, mas sim por scripts de software, bots, que podem substituir as ações humanas a uma velocidade muito superior, espalhando spam, fazendo buscas automáticas, analisando informações de arquivos e servidores, numa velocidade extremamente alta e muito superior à capacidade humana. O uso mais recente de Internet bots foca-se na publicidade, como o Google Adsense, que exibe a propaganda mais adequada a cada pessoa dependendo de seu comportamento na Internet.
O artigo refere que já em 2013 os bots estavam tão difundidos no YouTube, que os responsáveis ficaram com medo que os seus algoritmos começassem a interpretar o comportamento dos bots como tráfego humano e o humano como bots. Na verdade, a prevalência de bots na internet não é segredo, mas levou ao ponto de não se saber o que é real na internet, considera o jornalista Call Jeffrey, autor do artigo.
Mas, este tráfego falso assenta também no crescimento de click farms, um serviço que garante a obtenção de um determinado número de visualizações por um preço. As empresas são ávidas de visualizações e clicks, de modo a exponencialmente promoverem os seus produtos. Inclusivamente, o mundo político já se rendeu a esta arma de molde social, lançando propaganda e boatos através das redes sociais, ou comprando informações de cidadãos e adaptando o seu discurso em função das informações obtidas.
Nós próprios contribuímos para o embuste crescente, publicando fotos e fotos, cujo objetivo é obter likes. Da mesma forma, clicamos compulsivamente no botão like da postagem de outra pessoa, mesmo quando não lemos o que ela diz, apenas para continuarmos a ser apreciados por ela.
A New York Magazine conclui que o remédio exigiria reformas culturais e políticas em todo o mundo, pois vivemos na Internet das bot de pessoas falsas, cliques falsos, sites falsos e computadores falsos, onde a única coisa real são os anúncios.