Parece que é desta que o Porto vai conhecer um festival à altura do que se faz um pouco por todo o país e demasiado em Lisboa. Este festival, que decorre de 7 a 10 de Junho do próximo ano (logo após o fim das aulas do secundário…), vai ter lugar no Parque da Cidade do Porto (o mais certo é decorrer no espaço consignado à Queima das Fitas pois é vedado e há bastante experiencia na utilização do mesmo). Ainda assim, o cartaz não é, à primeira vista, muito apelativo. É eclético mas talvez lhe falte aqueles nomes sonantes que Optimus, por exemplo, costuma levar a Algés sensivelmente na mesma altura.
Aliás, e a este propósito, não deixa de ser irónico que duas das quatro grandes patrocinadoras de festivais de Verão (a Super-Bock e a Optimus), tenham sede na área do Grande Porto e nunca tenham promovido um verdadeiro festival de Verão. Porquê? A resposta é simples: é em Lisboa que estão sediadas as principais televisões e redações deste país, que trazem dividendos com a cobertura mediática para as marcas patrocinadoras.
A este propósito, recorda-me de ouvir uma entrevista em direto para a Antena 3 de João Carvalho, o responsável pelo estoico Paredes de Cousa, que referia que é quase impossível organizar um festival de grande envergadura fora de Lisboa pois a patrocinadoras nem querem ouvir falar do assunto: “qualquer diretor de marketing afirma gostar de Paredes de Coura, mas, quando chega a altura de patrocinar, fica-se por Lisboa. No fundo, somos cada vez mais o país da malta de Lisboa". Ora, o problema é que o país não se pode dar ao luxo de andar a reboque daquilo que apenas se passa na capital, numa espécie de curto-circuito perene que absorve toda a energia mediática deste país. É um erro e pode ser que esta novidade chamada Optimus Primavera Sound seja o reflexo de uma certa saturação de mercado em Lisboa.
Ah! Uma última nota para o sítio promotor do festival e da maneira como descrevem o Porto: “é a segunda cidade mais importante de Portugal, competindo com Lisboa em poder económico, e encontra-se num período de forte crescimento”. Realmente…