Vivemos tempos de indefinição mundial, onde a multiculturalidade, por um punhado de razões, está colocada em causa. A intolerância religiosa continua acicatada por atos de loucura, a xenofobia é alimentada por redes sociais que veem o diferente como um concorrente e usurpador de espaço, e a prepotência democrática parece conquistar terrenos outrora impensáveis.
Daí a importância da viagem intercontinental que criamos ao longo de quatro dias, interpretada por jovens cujos gestos diários refletem uma aculturação natural, interpretaram-na com entusiasmo.
Começamos pela Europa, ironicamente com uma readaptação do espaço há muito definido. Avançamos para a Ásia, jogamos com a sua tranquilidade e minúcia. Crescemos, ganhamos escala e fomos empreendedores na América. No último dia, misturando os ritmos africanos com os colares de flores polinésios, dançamos e dançamos.
O nosso balanço é simples e feliz: adoramos ver alunos de diferentes turmas concretizar tarefas a que se tinham proposto há meses, e perceber que dialogando entre si, é possível transformar teoria em prática. E, no meio disto tudo, algo surpreendente aconteceu: não vimos alunos sentados nos corredores com o telemóvel na mão. Em vez disso, vimos alunos, professores e funcionários unidos – a dançar, a cozinhar, a desenhar e a decorar.
Foi muito, muito cansativo, mas parte da riqueza de qualquer evento deste calibre está na experiência que molda a personalidade dos seus intérpretes. Esta faz evoluir, a inércia e o conforto da normalidade, estagna e a prazo empobrece.
Subscrevo! Um sucesso!
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