Um trabalho escolar com o GPT.

domingo, 19 de fevereiro de 2023 · Temas: , ,

Anda um mundo inteiro a falar da nova coqueluche tecnológica, das suas capacidades que, em certos aspetos, nos ultrapassam, e por isso assusta. Por isso, ainda há caminho a desbravar, sobretudo no modo de aplicar esta inteligência artificial ao quotidiano, e nomeadamente ao ensino.

Claro que através do bot já se pode criar completíssimos trabalhos de pesquisa, artigos de opinião, análises, etc., mas isto tem um nome, plágio. Portanto, a questão reside no seguinte: como usar o GPT no ensino, de modo a potenciar o trabalho de um aluno, sem que este se deixe substituir pelo algoritmo e caia na fraude? Para nós, o caminho é simples; é necessário ensinar a usar a ferramenta como tal, e nunca, como algo que nos substitui, tal como as máquinas de calcular o são para o exercício da matemática.

Com este princípio, realizamos uma pequena experiência com alguns dos nossos alunos do nono ano de escolaridade, que serviu para apresentar a ferramenta e incentivar ao seu não substitutivo. Propusemos que individualmente estabelecessem um diálogo com o bot, em jeito de pergunta e resposta, de modo a obter soluções concretas sobre o modo de atuar em prol do ambiente na região onde vivem e estudam.

O trabalho, iniciado em aula, contou com o uso dos telemóveis ou pc´s dos alunos. O registo é simples, mas falha muitas vezes devido à elevada procura que os servidores registam por estes dias. É uma questão de insistência, e alguma sorte, mesmo para quem já se encontra registado. Ultrapassado este passo, houve necessidade de ensinar aos alunos que quanto maior a riqueza e detalhe de informação fornecermos ao GPT, mais assertiva e original será a sua resposta. Inclusivamente, e fundamental à proposta de diálogo, as respostas obtidas foram devolvidas como novas perguntas, esmiuçando e detalhando as soluções ambientais que discorriam pelo ecrã.

Os resultados são auspiciosos, apesar da falácia que se propaga sobre a competência e habilidade desta geração no uso e manejo correto e substantivo destas ferramentas. A verdade é que a familiaridade têm com as mesmas, permite-lhes, desde que orientados, lidar com elas facilmente. 

Disso espelham os três trabalhos que aqui publicamos, entre dezenas obtidos. Mostram como o bot pode potenciar o conhecimento e a criatividade, e inclusivamente a desejada ação concreta e distante dos ecrãs. Mas, tal como com qualquer outra ferramenta informática baseada na internet, o seu uso deverá ser sensato e direcionado para um objetivo concreto, afastando-se a tentação de a encarar como objetivo em si. Lúdico e inócuo, portanto.




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