Relendo o projeto de candidatura conjunta que fizemos a este projeto multinacional, constatamos a sua amplitude cultural e veia ambiental. Foi esta última que nos atraiu logo à partida, por incidir numa área tão sensível e pertinente como é o clima, cujos conteúdos encaixam em disciplinas como a Geografia, mas sobretudo, por possibilitar aos alunos, um modelo diferente e inédito de abordagem científica.
Para isso, e em projeto, definimos a instalação de uma rede de 5 estações meteorológicas automáticas amadoras, em 4 escolas básicas do concelho, não necessariamente do Agrupamento de Escolas da Lixa, e uma numa entidade privada o Hotel Monverde. A sua localização foi definida de acordo com as características geográficas das suas localizações. Atendemos à morfologia circundante, aos ventos dominantes, exposição solar e ao edificado. Em funcionamento, prevê-se que possa fornecer um conjunto de dados climatológicos que se traduzam em mapas, gráficos, pequenas análises de cariz analítico e sistemático, eventuais problemas, soluções que, em última análise, sensibilizem jovens para o problema climático.
Mas note-se, o Umbrella é também um projeto iminentemente cultural. Começa na necessidade de usar a língua inglesa, talvez a ferramenta mais importante do projeto, apela à partilha de informações e ou a vivência de experiências, impossíveis noutros âmbitos. Por outro lado, e sobretudo nestas idades de construção da personalidade, unir jovens de países distantes, e pô-los a falar a mesma língua em torno de causas, tal como a climática, é resposta de futuro para uma Europa com crise de valores.
A fatia nacional do projeto, como se referiu, prevê instalar 5 estações meteorológicas, cujo quadrilátero formado pela localização das mais extremas, forma uma área de trabalho com cerca de 24 kms2. Nesta nasce o Rio Sousa, afluente do Douro, e confina, muito grosseiramente, à metade oriental do Concelho de Felgueiras, onde se situa a Escola Secundária da Lixa, e administrativamente pertence ao Distrito do Porto, NUT III - Tâmega e Sousa. Dista, a oeste, cerca de 48 quilómetros do Oceano Atlântico, de onde sopram os ventos predominantes da região, e a sua altitude média é de cerca de 395 metros. A leste desenvolve-se uma barreira montanhosa concordante com a linha do mar, que determina a subdivisão, em dois, do clima no norte de Portugal Continental: a oeste, um clima de temperaturas mais amenas e mais chuvoso, de feição marítima; a leste da barreira, um clima de maiores amplitudes térmicas anuais e maior secura, de feição continental.
No relevo acidentado, encaixa uma profusa rede hidrográfica, alimentada pelo clima chuvoso do inverno. A ocupação humana é dispersa, num território pautado pelas pequenas propriedades agrícolas com culturas de regadio, sobretudo para o autoconsumo. Não obstante, a vinha, prolifera; é um dos principais produtos agrícolas da região. As castas do vinho verde usufruem aqui de condições edafoclimáticas determinantes ao seu desenvolvimento: a humidade e os solos graníticos.
A EB1 de Torrados pertence ao Agrupamento de Escolas de Felgueiras. Situa-se a 332 de altitude e é o ponto, previsto, mais ocidental da rede. Está estabelecida num pequeno patamar sobranceiro ao vale do Rio Sousa, que se desenvolve a este.
A EB1 de Pinheiro pertence ao Agrupamento de Escolas da Lixa. É o ponto previsto situado a situado a maior altitude, 510 metros. Situa-se no enfiamento de uma linha de cumeada, sobranceira a várias propriedades agrícolas vitivinícolas.
A EB1 de Caramos é o ponto previsto mais próximo da ESL. Terá, sobretudo, uma função redundante, de confirmação dos dados da Estação Meteorológica da ESL. Situa-se a 350 metros de altitude e próximo do Rio Sousa. É o ponto mais equidistante da rede de estações da área de trabalho.
A EB1 de Santão situa-se no lugar da Serrinha, numa linha de cumeada que se desenvolve desde o Alto da Lixa e declina próximo da Aparecida (Lousada). Nela desenvolve-se a N15, e o ponto correspondente à EB1 situa-se a cerca de 440 metros de altitude.
A propriedade onde se situa o hotel Monverde, e onde se prevê instalar a 5ª estação meteorológica, desenvolve-se numa propriedade de 21 hectares, situada a leste da ESL. Apresenta um vinhedo no topo de um interflúvio que separa as águas do Sousa e do Tâmega.
Todas estas estações meteorológicas serão instaladas e geridas por alunos do ensino secundário, devidamente tutelados e orientados pelos professores Erasmus e professores convidados. Terão em mãos o seguinte:
- ministrar formação pedagogicamente adequada, aos alunos do ensino básico das escolas primárias referidas, de modo a ensinar a utilizar a instrumentação da estação meteorológica instalada;
- conceber experiências de caracter lúdico-pedagógico para os alunos do ensino primário, apelando, sobretudo, à problemática das alterações climáticas;
- utilizar, na medida do possível, a língua inglesa nas experiências pedagógicas;
- colaborar tecnicamente, e numa boa gestão / rotação de elementos (alunos envolvidos) / horários, com os respetivos professores do ensino primário;
- proceder à recolha e sistematização de dados meteorológicos;
- realizar análises que se traduzam em mapas, gráficos e pequenas conclusões que detetem eventuais problemas e soluções;
- procedam à publicação e troca online dos dados recolhidos, através de várias plataformas, com os parceiros internacionais e comunidade em geral.
Este conjunto de objetivos específicos, que poderão ser complementados e ou adaptados, partem de três ideias que norteiam o projeto em Portugal.