A China tem conduzido de uma forma insana a sua política de planeamento urbano, assente na construção desenfreada de torres e edifícios comerciais, que padecem de um problema básico: carecem de habitantes. Chama-se a esta atitude especulativa de “bolha imobiliária” e não é um fenómeno exclusivo daquele país. Aconteceu por exemplo nos EUA, contribuiu em grande parte para a crise económica espanhola e irlandesa, muito assente no crédito fácil para a aquisição imobiliária, e no nosso país, sustentou a construção civil que, pelos mesmos motivos, contribuiu para as 735 mil casas vazias em Portugal e a absurda expansão de áreas suburbanas em torno das grandes cidades nacionais.
Na China, pela sua dimensão, este fenómeno não criará propriamente uma crise económica. Contudo, a galopante taxa de urbanização, impulsionada pelo governo chinês que ambiciona transportar 250 milhões de habitantes das áreas rurais para cidades nos próximos 12 a 15 anos, colocará no país problemas de desenraizamento social, deseconomias de aglomeração urbanas e um previsível aumento da poluição a vários níveis, derivada de uma concentração demográfica sem paralelo no nosso mundo.
Fontes: INE / expresso.pt / dn.pt / pordata.pt / policymic.com