Os heróis do carnaval!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010 · Temas: , , ,

Os verdadeiros foliões, resistentes portadores de uma imensa alegria, foram uns verdadeiros heróis! A tudo resistiram: ao vento gélido, a um compasso de espera mais longo do que estava previsto e a muitas outras tentações, propícias da idade.

O ponto de partida daquela manhã de sexta-feira de Sol enganador, deu-se desta feita, junto à entrada da escola vizinha onde, antes de partir, houve tempo para tudo um pouco… Abundavam os assaltos e os raptos e, pelo meio, consta-se que se deram muitas e vampíricas mordidelas. Quem parecia a indiferente a esta procura de sangue era a classe política que compareceu em peso: Manuela Ferreira Leite, os seguranças de Cavaco Silva e as respectivas filhas e até mesmo o incontornável José Sócrates em pessoa, com uma dupla presença que deixou muita gente intrigado e a pensar: afinal, qual deles será o verdadeiro?

Este também foi também o mais internacional dos desfiles de Carnaval alguma vez realizados! Contamos com um Mariachi, algo inédito nestas paragens e um Árabe que, embora não sendo novidade cá na terra…, não é muito frequente (será que há petróleo na Lixa?). Tentamos apurar o nome de ambos mas… foi algo muito difícil de compreender e registar.

Com uns belíssimos guarda-chuvas, as viúvas-alegres em nada esmoreceram e contrastaram, no aprumo, com o grupo da pesada: as punks, que possuíam um privado sinal de código que se traduzia mais ou menos assim: “- yaaaaaaaah!”.



Noutro tom musical, e em jeito de estrela dos anos 70, esteve a figura internacional do dia: a hippie Isabel, que com a sua mensagem de Paz e Amor, contagiou a turma do 7ºA que abraçou tudo o que havia para abraçar (mesmo falhando o alvo). Neste caso eram abraços mas noutras paragens eram os beijinhos em promoção: “1+1+1=2”.

Viram-se também pedintes, pelo sinal muito pouco convincentes visto os poucos trocos obtidos numa manhã inteira trabalho, e também vendedores de hortaliça, a impor aos espectadores tronchudas e nabiças a preço de saldo. Foi caso para dizer: “esta feira está nas lonas”. Quem pareceu safar-se foram as ciganas videntes que ofereceram os seus préstimos divinatórios a toda a gente, a troco de dinheiro, cheque ou carteira.



Na cauda do desfile estavam os mais crescidinhos: o 10ºI, com uma fabulosa e estridente claque, o 11ºJ, com uma interessantíssima composição rural, com um misto de feira do século XIX e, acabar, o 12ºE com os Bob´s construtores que mandavam piropos a toda a gente que passava e ninguém escapava (nem mesmo a GNR). O professor do J e do E, já se manifestou orgulhoso com tal participação e até pondera realizar mais um desfile…, um dia destes, como compensação.



Foi mais uma edição carnavalesca da nossa escola, a derradeira para alguns finalistas, que de certeza a vão recordar como a mais fria, mas afinal, a mais quente de todas as edições.

Tal como foi referido algures neste blogue, o carnaval é uma festa cujo significado e vivência estará sempre de acordo com a cultura de cada povo. É uma festa de liberdade, de expressão e, paradoxalmente para alguns, de manifesta cultura, onde tudo é permitido fazer-se, e onde preceitos e costumes se esquecem para permanecer durante três dias o quase «vale tudo».

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