Confesso que não entendo porque é que, na minha escola atual, a Escola Secundária da Lixa, não existe um verdadeiro espaço para os alunos serem alunos. Temos um refeitório que só possui mesas livres quando ninguém as procura; uma biblioteca que tem, e bem, regras que não permitem aquele necessário deslaçar da juventude; e um pavilhão multiusos, usado apenas quando chove, para aulas de Educação Física, reuniões gerais e pouco mais, ou seja, um verdadeiro mausoléu.
Com o aproximar do frio e, sobretudo, da chuva, os espaços exteriores e o campo de futebol deixam de ser opção. Os corredores, escadas e demais acessos ficam então tomados por hordas de alunos agarrados ao telemóvel, por falta de soluções que deem voz, por exemplo, ao projeto vencedor do OPE do passado ano letivo, o Espaço Gaming, ou às reivindicações das várias Associações de Estudantes do agrupamento.
Se com o antigo diretor, que há muito não sabia lidar com jovens nem reconhecer as suas especificidades, talvez se entendesse a visão estagnada e fabril, com a atual direção, e tendo em conta o erro que se perpetuou ao longo de uma década e meia, seria de esperar uma nova visão das coisas. Mas não me parece que haja coragem para tal, e a chuva está aí à porta.