E se o mar subisse 350 metros?

quarta-feira, 6 de setembro de 2023 · Temas: ,

Com o artigo anterior redescobrimos o tema da subida do nível das águas do mar e decidimos aprofundá-lo ao contexto nacional, nomeadamente a região noroeste de Portugal Continental. Até porque a internet oferece várias ferramentas de simulação da subida do nível médio das águas do mar, e abundam artigos científicos balizados, gráficos e tabelas sobre o assunto.




Quanto às ferramentas, há várias abordagens do ponto de vista científico. Existem aquelas mais rigorosas e analíticas, que preveem quais os locais costeiros sujeitos a este problema próximo. Estas estão baseadas no ritmo de degelo das calotes polares, cuja água líquida resultante não se espalha uniformemente pelos oceanos do mundo. Em vez disso, surgem padrões distintos de mudança do nível do mar, que dependem de como a perda de massa das camadas de gelo afeta subtilmente as direções da atração gravitacional da Terra, da contração e do abaulamento da crosta do planeta, e também da rotação da Terra.




Contudo, não foi com estas que trabalhamos para produzir este exercício geográfico, que não é mais do que isso, e que não atende à lógica científica acima apontada. Usamos, assim, uma ferramenta online, o FloodMap que simula a subida da água, obedecendo apenas a um critério, a linha de cota requerida. Ou seja, podemos até reduzir toda a superfície emersa da Terra a uma ilha do tamanho de um campo de futebol, inundando-a, pois a aplicação não se preocupa com um problema básico: há água no planeta para tanto? A resposta é simples, não.




Por isso, os três mapas que aqui publicamos, onde a água do mar sobe 350 metros, criam um recorte litoral completamente diferente do nosso país, que vê assim a sua superfície bastante reduzida, são impossíveis! As grandes cidades ficariam submersas, o escasso terreno de cultivo, fértil e plano, desapareceria, e o país seria relativamente mais montanhoso. Mas nem tudo é mau. A linha de costa aumentaria muito e a plataforma continental também, com tudo aquilo que aqueles dois fatores permitem do ponto de vista económico. Fica a ideia imaginativa.



FONTES: FLOODMAP // WIKIPÉDIA // OFFICE FOR COASTAL MANAGEMENT (NOAA) // CLIMATECENTRAL.ORG

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