Aqui há uns anos, estávamos nós no Chipre, em Erasmus, e assistimos a um pormenor que retemos vivamente. Num dos dias de descoberta daquela ilha árida, uma das nossas anfitriãs recebeu um telefonema de alguém que se encontrava em Nicósia, a capital, relatando que ali chovia. Não chovia nem muito, nem pouco, mas chovia, e era uma novidade após meses sem tal acontecer.
A localização geográfica de Portugal Continental, às portas do Atlântico, permite-nos o luxo da chuva frontal que nos atinge no outono tardio, inverno e primavera. É uma benesse cada vez mais intensa, espacialmente localizada e temporalmente curta. Por isso, toda a chuva é bem-vinda, mesmo que atrapalhe festas e arraiais de final de estio, mas revitalize os solo sedentos e componha riachos e ribeiros depauperados.
Isto, porque estivemos a consultar vários modelos de previsão meteorológica e todos eles projetam, já a partir de amanhã, dia 1 de setembro, o estabelecimento de uma depressão barométrica na Península, com chuva e trovada à mistura. A narrativa será idêntica de sábado a segunda-feira, dia 4, quando uma superfície frontal atingir o território, até pelo menos a próxima quinta-feira, dia 7.
