Com a mudança de plataforma de registo, a estação meteorológica estabelecida na Escola Secundária da Lixa (e-esl), viu o seu registo de dados climatológicos de 2022 amputado, pelo que a análise que normalmente fazemos no Geopalavras sobre comportamento anual das diversas variáveis climáticas, vão referir-se à estação Monverde (e-verde). Esta situa-se, em linha reta, a uma distância de cerca de 2400 metros, mas num contexto de vinha, diferente daquele onde a sua irmã gémea se situa, visto estar estabelecida no telhado do edifício da ESL.
Assim, e retirando algumas diferenças de pormenor térmico, quer os valores de direção do vento, quer de pluviosidade e humidade relativa, apresentam-se paralelos entre as duas estações, pelo que podem ser interpretados como referentes à área da cidade da Lixa.
Assim, o registo de temperaturas extremas diárias, temperatura máxima e mínima, potenciado pela ausência de humidade, permite constatar terem ocorrido grandes amplitudes térmicas até ao final do verão, a par de uma mudança no comportamento pluviométrico, que aumentou significativamente, amenizando aquele diferencial.
O mês de fevereiro é paradigmático da influência da baixa humidade na temperatura, sobretudo a máxima, que tocou valores próprios de um par de meses à frente. Este mês registou também 3 vagas de calor que, segundo a definição do IPMA, correspondem a um «[...] intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, [onde] a temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência».
Para calcularmos a sua ocorrência, utilizamos os valores de referência da e-esl, e concluímos 9 vagas de calor, sendo que apenas 3 ocorreram no verão. A mais longa destas ocorreu entre o dia 5 e 17 de julho, onde as temperaturas máximas chegaram a atingir os 39ºC no dia 12, e a média das máximas 34,3ºC.
