Embora estejamos ansiosos pelo anúncio do fim do uso da máscara em espaços fechados, estamos em crer que este desejo não seja o de muitos. Aos adultos não tecemos recado, mas aos adolescentes, com os quais lidamos diariamente, sim. Isto, porque temos lido sinais que nos levam a desconfiar que o uso da máscara, "cirúrgica", se vai prolongar durante muito tempo no rosto de alguns dos nossos jovens, pela vergonha como se encaram, pelo aparelho nos dentes ou pelas borbulhas no rosto...
Tal com se de um objeto "normal" se tratasse, há muitos dos nossos jovens que entendem a máscara como algo natural, um refúgio dentro de si mesmo, ou até um acessório daquele anonimado rebelde, acompanhado pelo ridículo carapuço da praxe, comum em sweatshirts recentes. Portanto, para além de uma parte bela da vida que se esvai em fotos que não lhes fazem justiça à beleza, arriscámo-nos a assistir à multiplicação de um número alargado de paranoias sobre a autoestima, em mentes já de si confundidas pela idade...