Grelhas que quase ninguém lê; relatórios com recomendações inócuas, ora pela correspondente qualidade, ora pela castra ousadia de fazer diferente; documentos com cruzes que amenizam o perpetuar de um absurdo há muito defunto; papéis arquivados em capas de lombada grossa, que simulam aquilo que ninguém faz; os números que se superiorizam às ideias; atas com recomendações afogadas num mar de palavras estáticas, repetidas até à exaustão, mas que nunca sobrevivem às estatísticas que fingimos inteligir.
Esta é uma parte do diagnóstico problemático que fazemos da escola, onde a teia burocrática tende a enredar professores com tanto potencial, amarfanhando a sua criatividade e a qualidade do ensino. E, já agora, não nos parece que o recente empanturro digital do ensino, seja a solução do problema. Aquele, se não servir de elo à realidade, é mais uma panaceia igual a tantas outras que mais tarde ou mais cedo, encalham algures pela escola.