Surgiu neste ano letivo uma nova disciplina no currículo do ensino básico e secundário, chama-se Cidadania e, pelo seu cariz prático e congregador em torno de uma ideia ou projeto materializável, faz lembrar a saudosa Área de Projeto, que tanto galvanizava os alunos. Sendo semelhantes, mais papel menos papel, a Área de Projeto traduzia-se em horas atribuídas a um professor e notas que se plasmavam na pauta de final de período. Em Cidadania inventam-se horas e o rosto do responsável dilui-se na figura do Conselho de Turma.
Ora, por sermos professores de um 10º ano de escolaridade do ensino regular, fomos desafiados a uma ideia de Cidadania, que passamos a descrever e que pode até motivar a outras ideias similares. Trata-se e um microfilme de 4 partes, de enredo simples e cenas minimalistas, sob o tema da discriminação. Chama-se “Maria”, que é também o nome da personagem principal.
As cenas gravadas de forma minimalista (onde um simples telemóvel e o Windows Movie Maker são o bastante), serão decoradas com apenas um ou dois elementos que contextualizam o cenário. Por exemplo, uma sala de aula pode ser denunciada por um globo; um ginásio por uma bola; um recreio por uma campainha; uma casa por um quadro ou janela; entre outros. Estes elementos serão desenhados em tosco numa folha de papel cenário, e a preto e branco, utilizando uma projeção do projetor multimédia. Numa situação mais difícil de transmitir por um elemento apenas, podemos escrever o contexto: “no meio de um jogo de futebol” ou “a cozinhar”, etc.
As cenas serão gravadas na penumbra (podendo-se usar lanternas para o efeito), iluminando-se apenas a ação e elementos. As gravações decorrerão na sala de aula, com as janelas cobertas por panos pretos e ou no grande auditório da ESL.
Cada parte poderá conter várias cenas, ou seja, um principio, um meio e um fim: uma pequena história de descriminação passada na vida de Maria. Dispensamos os diálogos decorados, queremos ideias ou ações que os personagens terão de dizer ou representar. Quando concluirmos o projeto, aqui dele daremos conta.