Uma das mais impressionantes experiências sensoriais que já experimentamos deu-se em Budapeste, a propósito do programa Erasmus, quando visitamos uma exposição onde simulamos não ver. Durante uma hora, num enorme pavilhão completamente escuro, onde se simulavam divisões do quotidiano como um café, salas, etc., fomos, em grupo, submetidos a percorrê-las, apelando aos restantes sentidos e a uma voz de comando que nos guiava. Percebemos, com experiência, o quanto é importante ouvir e dialogar, e que só com esta prática básica da inteligência vencemos obstáculos.
As turmas escolares são um esboço da sociedade: pequenos espaços de descoberta do outro; do ouvir e do falar; da assertividade. Devem ser um embrião social que prepara para uma sociedade que contacta e procura entender, independentemente de concordar com tudo. Se assim não fosse, vivíamos isolados.
Daí esta pequena atividade na fria manhã de hoje: baralhamos a turma, voltamos a dar, criamos 4 grupos inusitados que tiveram de guiar um companheiro com uma venda nos olhos ao longo do recinto da escola. Trabalhamos a confiança, o diálogo, assertividade e um interação inédita entre elementos de uma longa turma.