Por onde começar… Bem, o projeto Erasmus começou muito antes da semana passada em França, começou logo na seleção de alunos. Partimos para impressionar, pois queríamos ter a oportunidade de viver aquilo que é o ERASMUS por nós próprias. Lembro como se fosse hoje, o dia em que soube que tinha sido selecionada, foi uma onda refrescante de felicidade!
Existe um pensamento errado sobre o ERASMUS, muitas das vezes as pessoas pensam que quem se inscreve apenas quer passear, mal eles sabem o trabalho que o ERASMUS implica, é verdade que nos queremos divertir mas também queremos ser os melhores, representar a nossa escola e o nosso país o melhor possível, queremos que toda a gente fique impressionada com aquilo que levamos.
Acima de tudo, o ERASMUS é sobre seis culturas diferentes no mesmo local a interagir e a conhecerem-se. Estou orgulhosa de mim, da Sofia e da Margarida, porque as três, em conjunto, demos tudo de nós para ser as melhores e realizar aquilo que nos era proposto; ainda me lembro das longas chamadas durante a noite para ter todos os trabalhos prontos a tempo.
Por fim, chegou o dia da viagem. Foi difícil adormecer, as despedidas custaram, mas a vontade de embarcar naquela aventura era muito maior apesar do receio do desconhecido. Passei semanas a imaginar como seria, mal eu sabia que seria ainda melhor.
Passamos o primeiro fim-de-semana a conhecer novos sítios, e agradeço aos professores que nos acompanharam e nos deram esta oportunidade, porque todos estes momentos passados tanto no Luxemburgo como em França foram graças a vocês.
No domingo à noite fomos entregues à nossa “família”. O nervosismo era muito, havia sempre receios quanto àqueles que nos iriam acolher, afinal de contas eram estranhos, mas a verdade é que, olhando para trás, não podia ter sido melhor recebida. Acolheram-me e, sem me conhecer, foram prestáveis e carinhosos. Obrigada por me acolherem e me darem também a conhecer um pouco da vossa terra Natal, Marrocos, afinal estava em França; não me vou esquecer do couscous ou do Tajin, que bom que era!
Chegou a segunda-feira, finalmente conheci os outros estudantes vindos de Itália, Hungria, França, Roménia e Chipre. Com todas as atividades que nos esperavam foi muito mais fácil interagir uns com os outros.
Na terça-feira foi o dia de mostrar a todos aquilo que tínhamos feito, mostramos a nossa apresentação à mistura com um vídeo sobre o fado, que havíamos realizado. Durante a tarde houve ainda um momento mais especial, fomos todos jogar basquete, mas não da maneira convencional: jogamos sentados numa cadeira de rodas juntamente com dois senhores que vivem a sua rotina numa delas; aquilo foi uma chamada de atenção para que não é fácil viver naquelas condições e muitas das vezes as pessoas desvalorizam a situação.
Na quarta-feira foi dia de conhecer uma nova cidade, Metz. Visitamos inúmeros locais como a catedral ou o Pompidou museu, mas mais que isso, divertimo-nos todos juntos: seis nações em Metz a conviver!
Na quinta-feira assistimos a uma palestra realizada por um membro da Unicef, e durante a tarde fizemos uma música que incluía uma parte de cada país cantada na sua língua mãe e um refrão cantado por todos em inglês. Foi o momento alto do dia e deu origem a inúmeras risadas.
Na sexta-feira fomos visitar o cemitério militar de Saint-Avold e vistamos Saarbrücken, uma cidade na Alemanha, visitamos também uma antiga siderurgia, transformada em centro cultural, que exibia uma exposição sobre a Rainha Elizabeth II. Durante a tarde pudemos estar à vontade pela cidade. Foi uma ótima oportunidade para estarmos descontraídos uns com os outros sem os professores por perto.
A sexta-feira foi um dia triste, foi o dia de dizer adeus a tudo aquilo que vivemos naquela semana. Nunca uma despedida foi tão dolorosa, custou demasiado ter de dizer adeus, as lagrimas corriam e parecia que não tinham fim, nunca imaginei que a despedida fosse ser tão complicada e que aqueles que inicialmente me eram estranhos se fossem tornar tão especiais. “LOVE YOU GUYS”!
Foi uma semana intensa, as atividades preparadas foram incríveis e as pessoas com quem as realizei, lado a lado, mais incríveis o foram. Não me vou esquecer de todos os momentos que passei, diverti-me imenso, conheci uma diferente realidade, novas línguas (estranhas e engraçadas) aprendi a dizer algumas coisas nas mais diversas línguas, descobri também que afinal sou bastante capaz de usar o meu inglês.
Esta experiência foi a prova que não existe internet ou redes sociais que substituam a magia de estar lá, de corpo e alma, ver tudo com os nossos olhos, na nossa perspetiva, falar com as pessoas frente a frente e poder olhá-las nos olhos. É um sentimento único!
Só quero dizer “obrigada” à minha “família” e a todos os professores e alunos envolvidos no projeto, porque vocês fizeram desta semana a melhor da minha vida! E mais uma vez obrigada aos professores Pedro, Célia e Paula que confiaram em mim e foram muito mais que professores foram companheiros.
Nunca esquecerei esta experiência e dava tudo para voltar a repetir!
- Marta Correia, em novembro de 2018.