Por estes tempos, as ruas da baixa do Porto são percorridas ziguezagueando as hordas de turistas, que conferem ao Porto um absoluto cosmopolitismo, impensável há poucos anos atrás. É impossível, pelo menos a horas decentes, saborear as montras ou deambular “ao calhas”, como num certo passado recente, sem enfrentar filas, passeios bloqueados e a calma que certas ruas e largos nos costumavam transmitir. Claro está que essas mesmas ruas estão agora de rostos lavados e incomparavelmente mais seguras. Mas, há algo a faltar na cidade que julgávamos conhecer.
Não obstante, é indubitável que muita da baixa ganhou uma certa alma, não sabemos bem de que género, perdida nos anos 90 com febre construtiva que fez alargar os subúrbios e despovoar o centro da metrópole. Atualmente, com a renovação do miolo velho da cidade, o processo parece inverter-se, mas engane-se: é economicamente impossível habitar a cidade com as rendas proibitivas, inflacionadas pelo turismo.
Ora, há que repensar tudo isto, que é o que certamente os nossos queridos fregueses do D devem estar a fazer, precisamente neste momento. Mais nada! Afinal, foram a deliciosa companhia, e o motivo, de mais um Sábado Diferente de um outono quente, enganador.