No delírio de uma viagem que nos deu um país inédito e profundo, há um momento que nos marcou, tal como marcam os primeiros beijos, certas palavras, uma carícia, ou um momento de ternura. Em Monforte, à porta de uma mercearia que disfarça a solidão do tempo, encontramos um casal de octogenários cuja razão de viver reduz-se à beleza de se terem um ao outro.
A ternura do par enamorado, a lucidez do seu discurso amargurado, e a avidez do mesmo, mexeram com os nossos diabos internos que procuram, há muito, entender-se sobre uma possibilidade assim.