Há anos que trabalhamos numa abordagem vivencial do turismo, aquele que se rege pelas experiências e sensações turísticas, que não despreza a perspetiva cultural da atividade, mas não a consome como um todo. Chamamos-lhe Turismo das Sensações, e definimo-lo pelo experimentar a vivência dos habitantes dos locais visitados, nos seus mais variados contextos e tempos, absorvendo a sua experiência quotidiana. Um dia, abordaremos melhor esta nossa proposta.
Visitamos hoje, dia de S. Valentim, Florença! Vimos (sentimos) hordas de turistas em filas indianas, seguindo bandeirinhas que, por suposta utilidade, não os faziam perder a rota. Mas também não lhes conservava a liberdade e prazer da descoberta de uma cidade que é bem mais do que uma redução a igrejas de mármores e pontes. Tal como qualquer cidade.
Na verdade, gostamos dos imponentes monumentos e do ocre, mas demos por nós a amar o sol do final da tarde, numa escadaria junto à Stazione Central florentina, por entre italianos, poucos turistas, migrantes de cor, e muitos indigentes da vida. Nela, sentimos o palpitar da cidade, o bastante.