Há tempos, ouvimos um locutor radiofónico dizer que um dos segredos da rádio é saber ouvir, dar uma oportunidade a todos os que nela querem falar, mesmo que afirmem ser Napoleão. O pensamento fez-nos rir, mas, ao mesmo tempo, pensar.
Os tempos atuais não correm devagar. Por isso, e no arrepio, concedermos tempo a quem tenha algo para falar, por muito estranho que contexto, ou mesmo a pessoa, nos pareça, é importante. Abdicar disto, é abdicar da nossa natureza gregária.
Foi assim com o Emanuel, um defensor do Gerês, que na visita de estudo do passado sábado, se cruzou connosco, de vestes alvas, e pregou. Disse-nos de voz assertiva e discurso esclarecido, que ali se encontra há 17 anos a tentar erradicar a praga de mimosas (Mimosa L.) que tomou parte de algumas vertentes do vale do Rio Gerês.
No meio da ação, houve algo que nos orgulhou em absoluto: o saber ouvir dos alunos que nos acompanhavam naquele momento, como se percebessem que a mensagem da personagem era, tal como foi, muito importante. Naquele instante de audição, a imensidão de valores, para os quais contribuímos, manifestaram-se em pleno e concluímos que havíamos cumprido parte da nossa missão.