Era prática comum, até há bem poucos anos, família urbanas realizarem um interessante movimento pendular natalício e estival, de encontro às suas raízes provincianas. Milhares de habitantes lisboetas ou portuenses não nasceram nas duas metrópoles, tendo migrado da “província” durante os anos 60 e 70 do século passado, fruto da industrialização vivida naqueles dois pólos da bicefalia nacional. Hoje o movimento ainda existe, mas em menor escala, dado o desenlace da eminente segunda, ou até terceira, geração de descendente dos migrantes primogénitos, com a terra.
Ora, a finíssima família Ambrósio é exactamente um produto daquele movimento. Herdeira de “terras” algures “para lá”, absorveu os tiques de um estilo burguês com o qual não nasceu, e não sabe lidar, vagueia no limbo social onde o socialmente aceite depende de dinheiro ou da habilidade, não possuindo ambas.
Analisando as quatro pelas peças teatrais, de quatro grupos de alunos de turmas diferentes, que a partir de hoje publicaremos sobre esta família / cenário, estamos certos, e felizes, que tenham conseguido realçar a ironia social, por entre os conceitos agrícolas que se impunham a um território latifundiário ribatejano, produtor de tomates!