A guerra civil da Síria é o principal conflito armado da atualidade. Este conflito fratricida demonstra bem quanto a ingerência de potências militares, com motivos puramente económicos e geopolíticos, conseguem arquitetar e alimentar uma guerra à distância. De facto, a Síria é um território de charneira entre vários mundos, o russo e o Mar Negro, a leste, os produtores de petróleo, a sul, e a ocidente, a Europa e com os EUA na proa.
Só com uma visão muito tolhida e mal informada deste conflito, que se arrasta há anos, poderíamos crer, na atualidade, numa guerra interna, visando eufemisticamente o derrube de Bashar al-Assad. Mas essa não é a verdade. Os russos apoiam aquele senhor, os americanos, com os europeus a reboque, armam os múltiplos grupos de rebeldes sírios, numa espécie de jogo de xadrez bélico e jogadas de mestre e imenso custo humano.