Surgiram nestas duas últimas semanas várias notícias de teor ambiental na imprensa, aparentemente avulsas, mas extremamente interligadas. Falamos concretamente da apresentação do documentário Vale do Tua - um ecossistema em perigo iminente, que regista os momentos finais de um rio que deixará de o ser após a construção da barragem de Foz-Tua, e do alerta do hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, que aponta culpas às barragens pela falta areia nas praias nacionais.
Refere o cientista, a título de exemplo, que «o rio Douro tem na sua bacia hidrográfica em Portugal e em Espanha mais de 50 barragens. Há 60 anos estima-se que a quantidade de areia transportada era na ordem dos dois milhões de toneladas por ano e agora, 60 anos depois, o caudal sólido está reduzido a 250 mil toneladas».
Ora, a consequência deste fenómeno foi bem visível no extremo norte da nossa costa ocidental, em Moledo, onde a redução do cordão dunar acontece em frente ao forte da Ínsua, num local onde, em fevereiro de 2011, o mar chegou a ameaçar um moinho convertido em habitação e outras habitações. Felizmente, dois anos relativamente calmos de reposição parcial de areia na praia, que aconteceu de forma natural, acabaram por evitar o agravamento da situação que, caso contrário, «teria comido a duna primária e tínhamos a água do mar a entrar em casas».
Felizmente, em Moledo, ainda existe uma duna primária que importa preservar e que desempenha uma importante ação na defesa da linha de costa. Na verdade, é absolutamente horrível o verificável em certas localidades, cuja duna primária foi totalmente destruída e a solução encontrada para o avanço do mar, foi a construção de esporões. Ora, como a estreita faixa dunar é alimentada pelas correntes marítimas que transportam materiais e areias (de norte para sul na costa ocidental e de oeste para este na costa algarvia), uma estrutura do género provoca uma acumulação de areia em apenas um dos lados, e um recuo da costa no outro.
Assim, a solução para o avanço do mar deverá recair na preservação das dunas primárias e, necessariamente, na facilitação da sua alimentação natural, com o transporte de areias por parte dos rios.
Fontes: Jornal Público em 12-5-2013 / Diário de Notícias em 11-5-2013 / Rostos de Portugal, Porto Editora
Sem dúvida que a melhor solução é preservar a duna primária e para isso deveriam criar algumas leis.
ResponderEliminarContinuar a construir esporões é absurdo, resolver "um problema com outro problema" nunca irá dar resultado.
Diana Pinto 10ºD nº14
Concordo com a Quel, as medidas que têm implementado de facto resolvem alguns problemas, mas criam outros, e assim sem dúvida "não se sai da sepa torta". Sem dúvida que a melhor solução é a preservação da duna primária
ResponderEliminarMuito bem Diana e José! Agora que aprendemos esta lição geográfica, ambiental e cívica, toca a divulgar a importância da "preservação da duna" àqueles que nos são mais próximos, e não só... Caso contrário, de nada serve ;)
ResponderEliminarConcordo com os dois , é ridícula a construção de esporões para resolver este problema , os esporões de facto durante algum tempo resolvem o problema do avanço do mar mas como referi só o resolvem durante um curto período, logo pouco tempo depois vão ser obrigados a construir mais e mais esporões ao longo da costa , resumindo não resolve totalmente o problema. Para não falar que é absurda a construção de habitações mesmo em cima das dunas e não é preciso pensar muito para se chegar à conclusão que o melhor é a preservação das dunas primárias, não alterando o rumo da natureza.
ResponderEliminarSim Pedro, é isso mesmo! Há muita construção absurda por esse país fora e nem sempre em cima de dunas. Há casos de construção em leito de cheia, em zonas ambientalmente protegidas, ou até mesmo em pela falésia, quase a desabar...
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