Foram dois dias intensos que nos levaram à Galiza neste final de aulas. O destino, do outro lado do rio, em nada separa pois a Galiza é terra de proximidade, uma espécie de extensão do nosso noroeste. A língua, a paisagem a chuva e as gentes, semelham e talvez por isso nos entendamos tão bem nesta região espanhola.
Mas quem se entendeu muito bem, foram os alunos das turmas A, B, C, D e E dos décimos anos de escolaridade que, em profusa promiscuidade, partilharam ideias e situações.
Senão vejamos: da vasta culinária nacional, tudo se reduziu ao panado (!), sim o famigerado panado foi o alimento recorrente desde bem cedo, e nas mais inusitadas situações, até horas tardias onde a fome apertou; quanto aos hábitos de sono, verificou-se o que já se sabe, existem, mas a horas incertas; foi também possível observar (ou melhor, ouvir) os gostos musicais da trupe e, se gostos não se discutem, a sensatez diz que a audição de música em altos decibéis se deva fazer longe de quem quer dormir; por último, a perda de memória de todo grupo de alunos! Na verdade, verificou-se que o sintoma desta maleita provocou nos alunos lapsos de memória que os fez pular de quarto em quarto, batendo como da porta de um castelo se tratasse, talvez na demanda do consignado, embora algures abandonado. Apesar de tudo, são divertidos e respeitadores e sem eles nada disto faria sentido. Foi uma constatação do que se adivinhava. Agradou-nos!