Recebi outro dia no email, um vídeo que confirma aquilo que toda gente sabe mas ninguém parece querer saber: a profunda intrusão e acumulação de dados pessoais que o Facebook, e ou outras redes sociais similares, acumula sobre cada pessoa ou entidade nele registado.
Todos os sítios que consultamos, as palavras que escrevemos, as fotografias que publicamos e com quem conversamos, são passos registados pelo Facebook, que os acumulam e cruzam com os nossos dados biográficos. Este cruzamento de informação, multiplicado pela nossa rede de contactos, constitui-se como informação preciosa e rentável do ponto de vista publicitário, permitindo a um anunciante direcionar a sua publicidade paga, a um “alvo” (nós), com extrema precisão. O Facebook não é uma empresa altruísta…
Por exemplo, se uma empresa de cosmética quiser publicitar uma nova linha de desodorizantes apenas para homens com um determinado tipo padrão de consumo, de meia-idade, que costumem jantar fora e que frequentem as discotecas do Porto apenas à sexta-feira à noite, consegue! Porquê? Simples! Esses homens, enquanto estiveram “logados” na sua conta de Facebook, deixaram um enorme rasto que é escrupulosamente recolhido, analisado e compilado pelos servidores do Facebook.
Mas engane-se quem acha que o único bicho-papão que pulula a internet é o Facebook. A Google, a Microsoft e mesmo outras empresas cujo negócio principal não é necessariamente a internet ou software, fazem literalmente o mesmo, através das suas inúmeras aplicações, que quase sempre nos remetem para o uso da internet.
Experimentem fazer uma pesquisa sobre sapatilhas no Google ou manter uma conversa sobre roupa no Messenger. De repente, toda a publicidade que nos surge em pop-ups ou em banners, relacionar-se-á com esses temas.
Mais, atente-se por exemplo, no software de um telemóvel acabadinho de sair da embalagem, e vemos que em grande parte remete-nos para a internet, convida-nos a aderir a uma determinada rede social, incita-nos a publicar as fotografias que vamos tirando e, inclusivamente, impele-nos a identificar pessoas que se calhar nem imaginam que foram fotografadas. Isto tudo, embrulhado numa capa de “coolness” que quase exclui quem não aderiu, comentou, carregou ou identificou.
Claro está que há coisas extraordinárias nas redes sociais. Podemos contactar pessoas que não víamos há anos, descobrir novas pessoas e, acima de tudo, divulgar tudo e mais alguma coisa de uma forma exponencialmente veloz. Infelizmente tudo isto tem um preço: a nossa privacidade.