Um sentimento profundamente dúbio.

domingo, 1 de outubro de 2017 · Temas: ,

Comovemo-nos hoje, neste dia de exercício democrático, com as imagens dos noticiários, chegadas hoje da Catalunha. O arrepio que sentimos na pele, ao ver polícias (muitos, catalães) e povo independentista, numa luta fratricida, faz trazer à memória a nossa revolução dos cravos, onde quem executava cumpria ordens, quase chorando.

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Por outro lado, a proximidade geográfica e cultural que temos com o nosso vizinho, e sem hipocrisias, até porque neste mundo há dramas humanos bem maiores, faz-nos viver todas aquelas imagens como se fossem nossas, e nos deixam com um profundo sentimento dúbio, um dilema: por um lado, a independência de uma nação amarfanhada por Castela há séculos, e a consequente derrocada de Espanha enquanto um todo, seguindo-se o Reino Unido (Escócia), e até Itália, onde a Liga do Norte já mostrou, por várias vezes, tiques independentistas;  ou a perpetuação de uma situação explosiva que, a partir de hoje, e com estas imagens, não será mais a mesma.

Formação histórica de Portugal

Em Portugal, que por sorte escapou ao jugo Filipino, às custas da aposta de Filipe III na manutenção da Catalunha Espanhola, não há um paralelo do que se vive hoje em Espanha. Nós somos portuenses, temos os nossos regionalismos e manifestamos, muito, a nossa sensação de insatisfação perante muito centralismo económico e cultural de Lisboa. Não obstante, sentimos a nação que somos há quase 1000 anos, de Caminha a Vila Real de S. António, nos Açores e Madeira. Mas, estamos inquietos.

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