Os cafés à volta da escola.

quinta-feira, 29 de março de 2012 · Temas: , ,

- Por Diana Pinheiro e Eulália Abreu.

Um olá a todos os lixenses, leitores do nosso famoso Támal e ao fundador deste projeto e grande impulsionador do mesmo perante os seus alunos de línguas e humanidades. Uma vez que este trabalho possui um grande peso na nossa avaliação, aqui estamos nós a realizar mais uma tarefa proposta. É o segundo ano que nos dedicamos à realização deste projeto, que tem como objetivo principal tomarmos conhecimento e divulgar os problemas da nossa região, ou de áreas envolventes, e apresentar-mos soluções para os mesmos.

Contudo, as ideias começam a ficar esgotadas e, mais do que nunca, necessitamos de recorrer a famosa imaginação que nem sempre é fácil de encontrar. Mas, como jovens criativos que somos, acabamos por explorar e encontrar mais um aspeto no qual a nossa região falha.

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De facto, não foi tarefa fácil encontrar um tema no qual nos sintamos a vontade para falar. Assim, após um curto período de reflexão, pensamos naquilo que o nosso professor nos tinha vindo a chamar a atenção durante todo este período letivo - um desencanto dos alunos pela escola e uma fuga à mesma.

A nossa escola, a Secundaria da Lixa, encontra-se em obras já há alguns meses. No início não foi fácil aos alunos habituarem-se ao curto espaço que esta nos propiciou durante todo o primeiro trimestre de aulas e, devido a esse facto, alguns começaram a sair da escola nos seus tempos livres. As horas de almoço começaram a ser passadas fora da escola, os intervalos da manhã e os da tarde também, e tal facto foi-se tornando numa rotina de difícil desabituação.

Mas que tipos de atividades é que os alunos realizam exteriormente a escola? Que interesses/ divertimentos é que estes jovens encontram em espaços exteriores?

Bom, para muitos, na sua maioria alunos do ensino secundário, o facto de saírem nos intervalos e horas livres, deve-se unicamente ao interesse pelo cigarro, uma vez que a nossa escola possui um elevado número de jovens fumadores. Para os mais novos, é supostamente uma forma de se sentirem maiores, porque mais livres, e deste modo criam uma ilusão de que já cresceram e que podem sair e fazer aquilo que bem lhes apetece.

Contudo, é de lamentar que tal aconteça! Apesar de demorada, houve por parte da escola uma intervenção e quando fomos transferidos para as novas instalações, foi-nos incutido um novo espírito de fruição do espaço. De facto, uma escola mais moderna e com mais espaços para os alunos, cria um redespertar do interesse pelo espaço escolar e pelas suas atividades. Relembraram-se alguns, que escola não e só um espaço para aulas, que funciona como um espaço fechado, no qual existe uma quantidade imensa de pessoas que nos orientam e nos proíbem de fazer isto ou aquilo.

Em suma, é necessário que estes jovens ganhem interesse pelo espaço escolar e que deixem de parte o interesse exagerado pelo exterior, principalmente em horário de aulas e em tempo escolar.

A acrescer ao interesse pelo exterior, está o gosto em frequentar cafés, que proliferam em torno da escola como cogumelos alimentados por avalanches de alunos.

Não estamos aqui a criticar quem frequenta cafés, nem a criticar a existência dos mesmos. É um negócio lícito mas que leva a que muitos jovens faltem às aulas e / ou passem horas a fio sentados num banco de café sem pegar num único livro escolar. Esta forma de estar, leva os alunos a deixar de lado as atividades físicas, intelectuais e de grupo. No fundo passam de uma atitude ativa para uma atitude passiva.

A maioria de nós nega que a frequência habitual de cafés, conduza a um hábito mau, que acaba por se tornar um vício. Nega que este seja um desperdício de tempo, mas na verdade é isso mesmo, um hábito que nos prejudica gravemente em vários aspetos: a nível económico, social e até psicológico.

Este artigo visa assim a consciencialização dos nossos colegas, e apela a uma posição mais determinada da escola na resolução deste problema. Lamentamos que muitos não ganhem gosto pelo novo espaço escolar, um espaço com imenso potencial para uma série de atividades, onde os protagonistas somos nós.

Uma resposta a: “Os cafés à volta da escola.”

  1. Parece que a quadra pascal faz refletir muito boa gente sobre o pecado e a tentação. De facto, o texto de carater autobiográfico é uma espécie de mea culpa salutar, rara nos dias que correm, mas que não basta. Falta passar das palavras aos atos. Excelente reflexão.

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