O que são os relâmpagos?

sábado, 2 de janeiro de 2010 · Temas:

Quando o ar se precipita tumultuosamente para cima e para baixo dentro de uma nuvem de trovoada, tem um efeito electrificante. O ar faz que as gotas de água e as partículas de gelo dentro da nuvem choquem umas contra as outras. Todos estes choques e encontrões acumulam uma fartura de electricidade estática. O relâmpago observado numa tempestade a cruzar o céu é uma descarga gigantesca de electricidade estática (do mesmo tipo da que faz o cabelo estalar e ficar espetado quando se despe uma camisola de lã muito depressa).




Eis como os relâmpagos fazem flash:

- Cargas eléctricas positivas acumulam-se no topo da nuvem. As cargas negativas acumulam-se na base. O solo está também carregado positivamente.

- Quando a diferença de carga se torna demasiado grande, o relâmpago ocorre entre as cargas negativas e positivas. Dentro de uma nuvem é designado por relâmpago difuso.

- O relâmpago que dardeja entre a nuvem e o solo e depois retorna à nuvem é chamado relâmpago em ziguezague ou simplesmente relâmpago.

O relâmpago em ziguezague percorre o caminho mais fácil para o solo. Isto muitas vezes quer dizer o mais rápido. Arvores e edifícios altos são os alvos favoritos. Felizmente, a maior parte dos relâmpagos mantêm-se a salvo dentro da sua nuvem ou saltam de uma nuvem para outra. Mesmo assim, calcula-se em cerca de cem os relâmpagos que atingem a Terra em cada segundo!




Quando se vê um relâmpago, vê-se também o relâmpago de retorno da terra para a nuvem. Para os olhos parece um único, longo e tremeluzente relâmpago. Isto sucede porque viaja tão depressa (à velocidade-relâmpago de mais de cento e quarenta mil quilómetros por segundo). De facto, existem cerca de trinta ou mais descargas separadas correndo entre a nuvem e o solo. Cada descarga dura apenas uma pequena parte de um segundo. Os olhos apenas conseguem distinguir o conjunto destes mini flashes, razão pela qual a coisa toda parece tremeluzir.

O ditado que diz que «o relâmpago nunca cai duas vezes no mesmo sítio»… é um disparate, porque cai! O Empire State Building (em Nova Iorque) é atingido cerca de quinhentas vezes por ano. E não são só os edifícios que correm perigo...

Uma certa história.

O guarda-florestal reformado Roy Sullivan encontra-se actualmente a recuperar de mais outra afortunada escapadela. Ontem foi atingido por um relâmpago... pela sétima vez em trinta e cinco anos. O valente Roy, de 65 anos, é a prova viva de que o relâmpago pode cair duas vezes.

As experiências totalmente chocantes de Roy fizeram-no ganhar a alcunha lendária de «pára-raios» (bem, anda lá perto!). Ele foi atingido pela primeira vez em Abril de 1942, quando trabalhava numa torre de vigilância de incêndios no parque. «Os relâmpagos atingiram a torre umas sete ou oito vezes», contou, «portanto, decidi sair de lá.» Estava apenas a cerca de um metro da torre quando o relâmpago o atingiu, queimando-lhe uma faixa de carne da perna direita e arrancando-lhe a unha do dedo grande do pé.

Em 1969, Roy ficou com as sobrancelhas arrancadas e em 1970 um relâmpago queimou-lhe gravemente o ombro esquerdo. Foi mais uma vez atingido em 1972 e 1973, e em ambas as ocasiões o seu cabelo pegou fogo. Da segunda vez, o relâmpago veio do nada. Atirou-o para fora do seu automóvel e chamuscou-lhe as duas pernas. Uma fulminação em 1976 deixou-o com um tornozelo gravemente afectado (na fotografia o Deus Thor, da mitologia nórdica, que possuia a capacidade de provocar trovões com o seu martelo).




«Podes adivinhar que ele vem aí, mas já é demasiado tarde», explicou. «Podes cheirar o enxofre no ar, e depois o teu cabelo fica em pé e depois ele vai atingir-te. É como ser-se golpeado por um malho. Não tens tempo para fazer nada».

O sétimo e último ataque ocorreu quando Roy estava a pescar. «Senti o cheiro do enxofre e olhei para cima», disse-me ele, «e vi o relâmpago a descer para me apanhar. Blam! Espero que esta seja a última vez. Sete vezes é muito. De facto, é demasiado.»

O extraordinário Roy sabe que tem sorte em estar vivo. Ninguém foi atingido mais de três vezes e sobreviveu. Roy aceita tudo isto com facilidade. Quando lhe perguntei por que motivo os relâmpagos pareciam escolhê-lo, Roy abanou a cabeça e sorriu com ar entendido. «Algumas pessoas são alérgicas a flores», disse; «suspeito que eu sou alérgico a relâmpagos.»

Já agora, sabes como se chamam as pessoas que têm medo de trovões... não? Investiga e deixa aqui o teu comentário!

Fonte: - "Apanhados do Clima", Col. Geografia Horrível, Ed. Europa-América (adaptado).

4 respostas a: “O que são os relâmpagos?”

  1. Astrafobia ou astrapofobia – medo de trovões e relâmpagos.

    Ou seja, eu sou astrafóbica :)

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  2. Joana, o Geopalavras sabe, de fonte segura, que esta é apenas uma das tuas muitas fobias... contudo, muito nos alegra em perceber que uma delas não é a geofobia (ou seja: medo/perguiça-de-participar-em-coisas-úteis-de-âmbito-geográfico-cultural-e-ambiental-porque-não-dá-"geito"-e-porque-agora-estou-a-actualizar-o-facebook-que-é-uma-coisa-muito-edificante).

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  3. Eu tenho atrafobia tal Como a Ju.
    E também sofro de Geo-Prof-Fobia !
    :)

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  4. Ps: Só não tenho é facebook para actualizar. O Que Faz de mim uma pessoa muito triste!

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